São Paulo, domingo, 28 de julho de 1996 |
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Ex-soviéticos rejeitam passado
ANDRÉ FONTENELLE
As reações dos atletas e técnicos perguntados a respeito oscilam da indiferença a respostas enigmáticas como a de Serguei Bubka, perguntado sobre se gostaria de competir por uma equipe unificada: "Por que não?" Há, ainda, os nostálgicos, como o tenista ucraniano Andrei Medvedev, mas estes são exceções. São elas Armênia, Azerbaijão, Bielo-Rússia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão. Com o fim da URSS, em 1991, as repúblicas disputaram os Jogos do ano seguinte, em 1992, sob o nome de "Equipe Unificada" e com a bandeira olímpica. Em grande parte, a indiferença dos atletas se deve ao fato de que os mais jovens não chegaram a competir pela URSS. Momento Calçando tênis Reebok e usando boné ao contrário, à americana, o técnico da natação russa Victor Avdienko, considerado o melhor do mundo, é lacônico a respeito: "Era um momento e agora é outro momento". Com a redução do apoio estatal ao esporte, as repúblicas tiveram que recorrer a outras fontes de financiamento, que vão do patrocínio de empresas ao mecenato. A equipe de levantamento de peso da Ucrânia, por exemplo, é integralmente custeada pelo ex-atleta Anatoli Pisarenko, ex-campeão mundial pela URSS, que fez fortuna no setor petrolífero. Muitos atletas de alto nível recorreram ao "exílio" em países com melhores condições, como Popov, que mora em Canberra (Austrália). Outros mudaram para escapar de ameaças à família, como o ginasta bielo-russo Vitali Scherbo, que mora em State College (Pensilvânia, EUA). Apesar das dificuldades, as ex-repúblicas soviéticas continuam produzindo medalhas como nunca. "Quando se trata de talento, a Rússia é um país muito rico", explica a velocista Irina Privalova. Texto Anterior: EUA e Cuba fazem guerra no bastão Próximo Texto: Atletas das 15 repúblicas formariam maior equipe Índice |
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