São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 1996
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Rapidinhas sobre Aids via Internet

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Hoje a coluna vai para os interneteiros que enviam perguntas curtas e grossas. Todas sobre os riscos de transmissão da AIDS.

"A AIDS é transmissível quando se pratica o sexo oral?"
Resposta
É sim senhor! Não sei de onde surgiu essa idéia de que o sexo oral não tem esse risco. Até pode ser que os números mostrem que o risco de transmissão pelo sexo oral é menor que o do vaginal e anal. Mas, para quem pratica o sexo com prazer e liberdade, isso não deve fazer diferença alguma. Se há risco, exige proteção!
O vírus está presente nos líquidos sexuais: secreção vaginal e sêmen. Além do sangue, claro! No sexo oral sem proteção há o contato da boca com esses líquidos. Aí está o perigo. Como fazer para praticar o sexo oral mais seguro?
Ou você usa papel-filme ou você corta uma camisinha (que não seja lubrificada com espermicida que contenha nonoxinol-9) de modo a ter um retângulo de látex. Aí, pode brincar à vontade!

"Ouvi dizer que os poros da camisinha são maiores que o vírus, o que permitiria a transmissão da AIDS mesmo com o uso da dita cuja. É verdade?"
Resposta
Essa pergunta me deu o maior trampo! Fiquei semanas pesquisando para dar uma resposta com fundamento e não simplesmente dizer que isso não é verdade. Encontrei, na Internet, um documento do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) que responde essa questão com muita seriedade.
Segundo ele, a história de poros maiores que o HIV apareceu, pela primeira vez, em um documento científico que falava de luvas de látex e não camisinhas. De fato, quando as luvas de látex são feitas, elas levam banho de látex apenas uma vez, enquanto as camisinhas, duas.
Fizeram a seguinte experiência: construíram minúsculas contas de vidro, do tamanho do HIV, colocaram em um líquido bem menos pegajoso que o esperma, colocaram dentro da camisinha e forçaram a passagem por 10 minutos! Apenas 1 em cada 90 camisinhas permitiu a passagem do clone do vírus. Ou seja, na prática, usada corretamente, a dita cuja é mesmo eficiente.

"Quero saber se eu corro o risco de me contaminar com o vírus da AIDS acariciando o corpo todo da mulher, inclusive a vagina, e tendo na mão arranhões em volta da unha, pois costumo roer muito as minhas."
Resposta
Na hora de acariciar a xoxota, o mais seguro é estar protegido. Com luvas de látex, claro! Havendo lesões, como é o caso de quem costuma roer unhas, pode ocorrer a transmissão, caso a secreção vaginal entre em contato com essa região e a mulher seja portadora do vírus. Quase não se fala desse tipo de risco, mas ele existe. Mas por que você não experimenta deixar de fazer isso?

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