São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

China anuncia o seu último teste nuclear

Prova coincidiu com início de negociação

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China realizou ontem o seu 45º teste nuclear e anunciou que não vai mais fazer as explosões.
O país assim se junta às outras potências nucleares declaradas (EUA, Rússia, França e Reino Unido) que já disseram que não vão mais realizar os testes.
"A China realizou um teste nuclear com sucesso hoje (ontem)", disse a agência oficial de notícias da China, a "Xinhua". "O governo chinês declara solenemente que vai começar uma moratória de testes nucleares valendo a partir do dia 30 de julho."
Intensidade
A explosão, ocorrida às 22h49 de anteontem (horário de Brasília), manhã de ontem na China, causou tremor de 4,3 graus na escala Richter, segundo medição da Organização de Pesquisa Geológica da Austrália. Ela também liberou energia de um a cinco quilotons (mil toneladas de TNT).
"Uma decisão tão importante da China não é apenas uma resposta ao apelo de um vasto número de países que não têm armas nucleares", dizia o pronunciamento oficial do governo chinês.
"É também uma ação concreta para começar a promover o desarmamento nuclear."
Data do teste
O último teste nuclear da China ocorreu antes do esperado. Ao fazer seu teste anterior, no dia 8 de junho, a China havia dito que realizaria um outro até setembro.
A explosão subterrânea parece ter sido marcada para coincidir com o início da rodada final de negociações sobre o Tratado Abrangente de Proibição de Testes, em Genebra, no sudoeste da Suíça.
Analistas políticos haviam dito que realizar um experimento nuclear durante as negociações poderia gerar protestos de todo o mundo e criar problemas para a China durante o diálogo na Suíça.
A China tem algumas reservas ao texto que está sendo proposto pelos Estados Unidos e pela Rússia para o tratado final.
As reservas chinesas se referem principalmente à forma de supervisão dos locais de testes.
"Devemos ver como a China age agora nas negociações", disse um diplomata. "A moratória já mostra boa vontade do país nas negociações de Genebra", disse outro.

Texto Anterior: EUA recebem três ameaças
Próximo Texto: A corrida nuclear
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.