São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996
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Índia ameaça vetar tratado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Índia ameaçou ontem bloquear as negociações do Tratado Abrangente de Proibição de Testes se o projeto não for alterado.
A embaixadora do país à reunião, Arundhati Ghose, disse que quer que a proposta final do tratado vá de qualquer forma para a votação geral dos representantes dos 61 países reunidos em Genebra.
As potências nucleares declaradas querem que a Índia, o Paquistão e Israel (países com tecnologia para produzir uma bomba nuclear) assinem o tratado, mas não exigem uma votação em plenário.
Desarmamento
A Índia também reclama que o acordo, discutido há três anos, não prevê o desarmamento das potências nucleares declaradas.
O país não quer renunciar a fazer testes se outros países puderem continuar com o arsenal nuclear.
Além da Índia, outros cinco países entraram com pedido de modificações no texto proposto em junho para o tratado.
A China quer que as inspeções internacionais sobre o cumprimento do tratado sejam feitas apenas por órgãos ligados à ONU.
O país se recusa a aceitar o uso da "inteligência humana" (espionagem). A proposta do uso da espionagem é apoiada pelos EUA e rejeitada por Cuba e Irã.
A China queria também ter a permissão para fazer explosões "pacíficas", isto é, usadas para a indústria e a ciência. Mas os chineses aceitaram não fazer essa exigência agora em troca de uma revisão do tratado daqui a dez anos.
Rússia e Estados Unidos querem forçar os países reunidos a chegar a um acordo final nessa semana.
Assinatura
O tratado deve ser assinado, segundo a previsão atual, até o dia 17 de setembro, na Assembléia Geral das ONU, em Nova York.
O acordo vai reforçar todos os tratados anteriores de proibição de testes, o primeiro deles feito em 1963, após a crise dos mísseis de Cuba, ocorrida no ano anterior.
Esses acordos já proíbem os testes feitos na atmosfera, no espaço ou sob a água. O novo tratado deve proibir inclusive os testes subterrâneos, que hoje são permitidos.

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