São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996 |
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Saída é aumentar a produtividade
GISELE RIBEIRO
Em São Paulo, cada pé de laranja produz, em média, 1,5 caixa (de 40,8 kg cada), segundo dados do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico. Com o uso de tecnologia e a aplicação correta de adubos e defensivos é possível chegar a 4 caixas/pé, atingindo o mesmo nível dos pomares norte-americanos. Segundo o pesquisador Jorgino Pompeu Júnior, do Centro de Citricultura, a baixa de produtividade dos pomares paulistas se deve ao fato de o produtor, durante os anos de ouro da laranja, não ter se preocupado em investir em tecnologia. "Agora, ele sofre com os preços baixos, o aparecimento de doenças, os custos elevados de produção e a baixa produtividade", diz. Para o produtor Osório Matos, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), não é possível investir em tecnologia com os preços atuais da laranja (leia texto nesta página). "A tecnologia melhora a produtividade, traz um lucro maior, mas custa caro", diz ele. "E hoje o produtor não tem dinheiro". A má qualidade da laranja brasileira e a expansão dos pomares na Flórida (EUA) limitaram o mercado externo para o suco nacional. Os EUA reduziram as importações de suco brasileiro de 550 mil t, na década de 80, para 150 mil t na última safra, encerrada em junho. A previsão de produção para a próxima safra norte-americana é de 220 milhões de caixas, o que diminuirá ainda mais a importação de suco brasileiro. Estima-se que no prazo de dois anos os EUA passem de importadores a exportadores de suco, com frutas de melhor qualidade. No Brasil, a tendência é a diminuição dos pomares. "Metade dos citricultores brasileiros deve desaparecer em um ou dois anos", prevê Pompeu. "Vence esse período crítico quem tiver competência". Próximo Texto: Produtor financia concorrente Índice |
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