São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
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Para Planalto, falta de programa prejudica Serra

Apoio oficial garantirá 2º turno, acredita governo

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto avalia que o problema fundamental da candidatura do tucano José Serra à Prefeitura de São Paulo é que ele entrou na disputa sem um programa de governo ou uma marca definida de campanha.
Assessores do presidente Fernando Henrique Cardoso afirmam que a falta de um plano de ação a ser colocado em prática de imediato dificultou o desempenho de Serra nas últimas pesquisas.
Atribuem o principal motivo dessas dificuldades à forma tumultuada como foi formalizada a candidatura.
Serra demorou para se decidir. Quando o fez, o PFL paulista -contrariando as orientações do Diretório Nacional- já havia se definido pela candidatura do malufista Celso Pitta (PPB).
O então ministro do Planejamento desistiu da candidatura, mas, pressionado por caciques tucanos, voltou atrás. A indecisão tomou o tempo dos articuladores da campanha.
Embora localizem o que consideram o principal problema, os assessores palacianos avaliam que a situação será revertida.
Segundo afirmam, o simples apoio claro dos governos federal e estadual vai render a Serra mais de 20% das preferências do eleitorado no primeiro turno, o que garantiria sua passagem para o segundo.
Há, apesar do discurso oficial de que a campanha mal começou, um abalo de confiança na candidatura do ex-ministro do Planejamento.
O governo apostava em que Serra venceria ainda no primeiro turno. Se fosse para o segundo, teria pelo menos uma vantagem folgada sobre seu adversário.
Seu desempenho nas pesquisas vem caindo progressivamente. De acordo com o último levantamento feito pelo Datafolha, o tucano está em quarto lugar.
Os assessores de FHC ainda se esforçam para dizer que as pesquisas, a essa altura, ainda indicam pouca coisa.
Um deles lembrou que o próprio FHC mantinha baixos índices de intenção de voto quando se afastou do governo para concorrer à Presidência. Ocorre que FHC tinha o Plano Real como marca pessoal.
Os palacianos especulam quem seria o melhor adversário para disputar um eventual segundo turno com Serra. A petista Luiza Erundina é considerada a mais fácil de vencer. Isso em razão do alto índice de rejeição a Erundina.

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