São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
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Médico tranquiliza usuário de remédio

Não há nenhuma vítima no Brasil

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há registro de mortes no Brasil provocadas pelo uso do hormônio de crescimento retirado da hipófise de cadáveres. Na Europa, o emprego desse hormônio já provocou a morte de 16 pessoas.
Médicos brasileiros lembram que desde 1985 os hormônios de crescimento são recombinantes, produzidos a partir de engenharia genética. As mortes registradas ocorreram em pacientes que tomaram o hormônio retirado de cadáveres antes de 1980.
"Muitos pais estão procurando seus médicos preocupados com essas mortes, mas não há motivo para inquietação", diz Marcelo Bronstein, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Médicos descobriram no início dos anos 80 que o hormônio de cadáver provocava a doença de Creutzfeldt Jakob, com manifestações iguais à doença da vaca louca.
O uso desses hormônios foi interrompido até que passassem a ser produzidos em laboratório. O problema é que a doença pode se manifestar muitos anos depois, o que estaria ocorrendo na Europa.
Segundo Bronstein, a doença acometeria uma pessoa em 1 milhão. Mas o uso do hormônio era muito pequeno no Brasil até os anos 80, o que explicaria a ausência da doença no país.
Hoje o hormônio de crescimento é utilizado por cerca de mil crianças no Estado de São Paulo.
(AB)

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