São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
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Polícia admite 'erro' no horário

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Beverly Harvard, chefe da polícia de Atlanta, admitiu ontem que "houve um erro" na divulgação do horário do telefonema anônimo que alertou a polícia sobre a bomba, no sábado de madrugada.
Na segunda-feira, a polícia disse que a chamada havia sido feita à 1h08 (2h08 em Brasília), mas documentos obtidos pela rede NBC e pela agência "Associated Press", com o registro das chamadas realizadas da cabine perto do hotel Days Inn (centro de Atlanta), mostram que a ligação foi efetuada à 0h58, ou seja, dez minutos antes.
Harvard admitiu um erro na divulgação do horário, mas não corroborou com a hipótese de muitos jornalistas de que a polícia teria respondido com atraso à chamada anônima. Segundo ela, houve apenas um erro na informação passada para a imprensa.
A bomba explodiu à 1h20 (2h20 em Brasília) deixando dois mortos e 111 feridos.
Herói ou suspeito?
Pela versão da NBC, esse "atraso" de dez minutos permitiu que o guarda Richard Jewell encontrasse a bomba antes dos policiais.
Jewell, 33, trabalha para uma empresa de segurança, contratada pela AT&T para vigiar o pavilhão da empresa no parque.
Aclamado como herói por ter encontrado o explosivo, Jewell foi apontado ontem como principal suspeito do atentado pelo jornal "The Atlanta Constitution".
O jornal cita como fonte "um agente do FBI de Washington que não quis se identificar". Segundo o agente, com base nos interrogatórios feitos até o momento (anteontem), Jewell poderia ser considerado um dos principais suspeitos.
O texto diz que o vigia se tornou perito em explosivos quando foi subdelegado em Habersham (nordeste da Geórgia), cargo que deixou "recentemente".
"Ele é branco, americano e malsucedido financeiramente, características que vão de encontro ao perfil do 'terrorista solitário', traçado pelo FBI", completa o jornal.
Falhas técnicas
O suposto lapso de comunicação, que permitiu que Jewell chegasse antes dos policiais, teria sido causado por problemas técnicos do serviço gratuito 911, que recebe ligações de suspeitas de atentado.
Segundo a versão da NBC, a telefonista teve problemas técnicos para transmitir a advertência à polícia. Além das dificuldades na transmissão, o serviço 911 teria tido problemas com o equipamento que detecta o número do telefone da pessoa que chama.
Daí a demora na identificação da cabine de onde foi feito o telefonema anônimo, o que atrapalhou o início das investigações.

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