São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
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Presos pelos palestinos fazem greve de fome

DO ENVIADO ESPECIAL

Ativistas palestinos detidos em março na Cisjordânia e na faixa de Gaza estão fazendo greve de fome.
Eles foram presos pela polícia da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que patrulha as cidades cujo controle Israel delegou à OLP (Organização para a Libertação da Palestina) de acordo com os acordos de paz de Oslo.
Os prisioneiros protestam contra a falta de julgamento, quatro meses após suas detenções.
Segundo a Autoridade Prisional de Israel, que não tem controle sobre as prisões administradas por palestinos, são 37 os presos em greve de fome desde o dia 18. Dois deles estariam em estado grave.
Porém, há rumores sobre um total superior a 200 manifestantes nas cadeias palestinas.
Todos foram presos acusados de ligação com grupos terroristas responsáveis pela onda de ataques suicidas em Israel no começo do ano, em especial o Hamas.
Há, em todos os territórios administrados pela ANP, 600 presos sob a mesma acusação.
Anistia
Há dois meses, o grupo pró-direitos humanos Anistia Internacional expressou, em seu relatório anual, preocupação com a ação policial dos palestinos.
Segundo a Anistia, quatro pessoas foram torturadas sob custódia palestina no ano passado.
"Antes, tínhamos o problema aqui com os israelenses. Agora, somam-se a eles os problemas com a polícia do Arafat", disse à Folha o advogado e militante pró-direitos humanos palestino Mohamed el Hasnar, de Jerusalém.
Lamia
Hoje, o Ministério da Segurança Pública vai visitar cadeias israelenses com prisioneiros palestinos.
Uma das cadeias visitadas será a em que está presa a brasileira Lamia Maruf Hassan, 32.
Embora o ministério seja civil e a libertação de Lamia, já autorizada pelo governo, dependa de uma decisão do Comando Militar da Área Central de Israel, a visita traz nova expectativa em relação ao caso.
Presa desde março de 1986, dois anos após alugar e dirigir o carro no qual foi sequestrado um soldado israelense, Lamia é uma das três últimas palestinas a serem soltas segundo os acordos de paz.
Como o soldado foi morto na ação subsequente ao sequestro, Lamia foi condenada à pena de prisão perpétua.

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