São Paulo, quinta-feira, 1 de agosto de 1996
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PM busca assassino de turista no Vidigal

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O serviço secreto da PM (Polícia Militar) concentra no morro do Vidigal (Vidigal, zona sul do Rio) a procura dos assassinos do turista alemão Ralf Hintersehr, 34.
O alemão foi morto com um tiro na cabeça na madrugada de anteontem, em uma encosta perto do mirante do Leblon, atração turística da zona sul carioca.
As investigações da Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista) creditam a assaltantes a morte do alemão.
Antes de morrer, Hintersehr bebeu cerveja em quiosques no mirante. Ele carregava uma bolsa preta usada para guardar equipamentos de fotografia. A bolsa foi achada vazia ao lado do cadáver.
Para a Deat, o alemão foi morto ao reagir a pelo menos dois homens que tentaram roubar a bolsa.
Unidade sem estrutura para investigações em favelas, a Deat recorreu ao serviço secreto do 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon.
O 23º BPM tem arquivos das quadrilhas criminosas radicadas na favela do Vidigal, próximo ao local onde o corpo foi achado.
A princípio, a PM e a Deat acham que o assassinato não foi praticado por lideranças da criminalidade do Vidigal. Para a polícia, mataram o alemão assaltantes da favela, possivelmente menores de idade.
Outra suspeita -ainda sem indícios consistentes- é a possibilidade de o alemão não ter pago drogas adquiridas na favela.
Após sair do mirante, Hintersehr teria andado pela avenida Niemeyer (liga Leblon a São Conrado) em direção ao hotel Sheraton -perto da principal entrada da favela. Ele pode ter sido seguido ou encontrado os assaltantes no caminho, suspeitam os policiais.
Em depoimento à Deat, Fátima Pereira disse ser namorada do alemão. Os dois teriam se conhecido há dois meses.
Fátima afirmou que está grávida do namorado. Segundo ela, o alemão era maratonista e viajaria ontem para a África do Sul a fim de participar de uma competição.
A vice-consulesa da Alemanha no Rio, Susanne Kobrosly, não confirmou as informações de Fátima. Kobrosly disse desconhecer a ocupação de Hintersehr.
Segundo Kobrosly, a família quer que o consulado envie o corpo para a Alemanha. Ela disse que os parentes tentam reunir os U$ 6.000 necessários ao traslado.

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