São Paulo, quinta-feira, 1 de agosto de 1996
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Produção industrial cai 7,7% em SP

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A atividade industrial no Estado de São Paulo, descontados os fatores sazonais, teve uma queda de 7,7% em junho sobre maio.
"O resultado preocupa. Mas julho deve ser melhor. Mantemos as previsões de um segundo semestre estável, com algumas possibilidades de melhoria", afirmou o diretor-titular do Departamento de Economia da Fiesp, Boris Tabacof, ao divulgar ontem os números.
As vendas reais mostraram comportamento semelhante: queda de 6,8% em junho sobre maio.
Até os bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletroeletrônicos, que vinham puxando para cima os resultados da indústria paulista, tiveram retração nas vendas em junho.
"Os efeitos do aumento da oferta de crédito para consumo já começam a se esgotar. E, com o desemprego, a massa salarial cai (7,6% em junho na comparação com o mesmo mês em 95)."
O presidente da Eletros (representa o setor eletroeletrônico), Roberto Macedo, confirmou vendas menores em junho. "Depois de tanto crescimento, é normal a queda", disse Macedo.
Segundo a Fiesp, nos primeiros cinco meses do ano, a indústria de material elétrico e de comunicações teve vendas 28,4% maiores do que em igual período de 95.
Menos dias úteis
Na comparação com junho de 95, a atividade industrial teve retração de 1,6% em junho deste ano e as vendas reais ficaram estáveis.
O fato de junho último ter apresentado menos dias úteis do que o usual -19, quando geralmente são 21 ou 22 dias- contribuiu para puxar a produção para baixo.
"O comércio também não está repondo estoques com o mesmo vigor", disse Tabacof. Sobre dezembro de 95, descontados fatores sazonais, junho teve alta de 4,7% nas vendas e produção.
No semestre, a atividade industrial caiu 1,5% e as vendas reais, 1,9% na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, considerados "fortes" pela indústria paulista.
O emprego também teve queda em junho -de 10,5% na comparação com o mesmo mês de 95-, menor, porém, que a de abril -10,6%- e a de maio -10,8%.
O salário real médio, deflacionado pelo IPC da Fipe, caiu 2,1% em junho sobre maio, mas se manteve 3,2% acima de junho de 95.

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