São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Embaixada da Nigéria sofre incêndio criminoso após o jogo

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil entrou no circuito do terror olímpico. Um incêndio de autoria criminosa destruiu anteontem à noite a garagem da embaixada da Nigéria, em Brasília.
O incêndio aconteceu 30 minutos após a vitória da seleção nigeriana de futebol contra o Brasil.
Não houve feridos na embaixada, que fica a pouco mais de 1 km do Palácio do Planalto.
O laudo pericial dos bombeiros afirma que o incêndio foi causado por "ação pessoal direta", não por acidente.
"Houve dois focos de incêndio em cada lado da garagem. Encontramos dois palitos de fósforos", disse o tenente Luiz Pereira.
Os bombeiros descobriram também na cerca, no fundo do terreno da embaixada, sinais de que alguém escalou a tela de arame.
O prejuízo foi estimado em R$ 10 mil.
O vigia Almiro Matos, única pessoa dentro da embaixada no momento do atentado, disse não ter visto ninguém no local.
Matos percebeu a fumaça às 21h25 e chamou policiais militares que ficam em uma cabine a cerca de 100 m da porta da embaixada nigeriana.
Segundo o tenente Pereira, os bombeiros demoraram 15 minutos para chegar porque estariam atendendo a outras chamadas.
"Pagamos o preço pela vitória", lamentou o encarregado de negócios da Embaixada da Nigéria, Abu Bakar, referindo-se ao placar de 4 a 3 que eliminou o Brasil da disputa pelo ouro.
Bakar acha que o incêndio pode ter sido provocado "por algum adolescente inconformado com a derrota do Brasil".
"Isso não vai afetar a boa relação entre os dois países", disse. A Nigéria é o maior parceiro comercial do Brasil na África, com um total de R$ 2,5 bilhões em 1995 entre importações e exportações.

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