São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Cuba vence Brasil e luta agora pelo bi

Atletas discutem no final

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira feminina de vôlei deu adeus, ontem, ao sonho de lutar pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta.
Depois de fazer uma campanha impecável na competição, com seis vitórias e apenas um set perdido, a equipe comandada pelo técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, viu encerrada sua chance de ir à final do torneio ao ser derrotada por Cuba.
Depois de bater as cubanas, na fase preliminar, por 3 a 0, o time brasileiro perdeu por 3 a 2 (5/15, 15/8, 10/15, 15/13 e 15/12), em um jogo onde imperou a provocação junto à rede, de ambos os lados.
Ao final da partida, uma forte discussão envolveu as atacantes Ana Moser e Márcia Fu com as adversárias.
A seleção tenta agora a medalha de bronze contra a Rússia, inédita para o vôlei feminino brasileiro.
Se bater as russas, a equipe feminina encerra a sua participação com a melhor campanha em Jogos Olímpicos.
O Brasil terminou em sétimo lugar em Moscou-80 e Los Angeles-84, foi sexto em Seul-88 e quarto em Barcelona-92.
No jogo de ontem, o Brasil iniciou o primeiro set abrindo 5/1 em quatro minutos.
Jogando de maneira concentrada, a equipe armou uma verdadeira artilharia contra as cubanas.
Uma estratégia de saques táticos desestabilizou a recepção cubana.
Como havia prometido na véspera, o técnico brasileiro fez o time explorar o bloqueio: foram 6 pontos nesse fundamento, com 3 de contra-ataque, 2 de saque e 4 por meio de erros do adversário.
No segundo set, a equipe permitiu a reação cubana. O saque do adversário começou a entrar graças aos erros da recepção brasileira. Cuba abriu 8/4, o Brasil encostou em 8/7, mas as cubanas acabaram abrindo 10/7.
O saque brasileiro, que esteve perfeito no primeiro set, mostrou irregularidade no segundo.
Explorando a instabilidade da equipe brasileira, as cubanas acabaram vencendo o set por 15/8.
Diante da reação cubana, a seleção brasileira voltou a impor seu ritmo de jogo no terceiro set.
A atacante Virna, um dos destaques da partida, conduziu a equipe a ampliar sua vantagem no marcador, sendo responsável por 6 pontos de contra-ataque.
Com saques rápidos, as brasileiras fecharam o set em 15/10.
O quarto set reeditou o segundo. O time cubano se mostrou perfeito e abriu 7/3. O técnico Bernardinho, aos gritos, pediu "calma" à equipe. O pedido chegou a surtir um efeito e o time empatou em 7/7.
O set, o mais equilibrado do jogo, chegou a ficar empatado em 13/13. Mais calmas, as cubanas aproveitaram o nervosismo das brasileiras e fecharam em 15/13.
Na decisão do tie-break, o nervosismo das brasileiras, aliado aos erros da equipe, foi o aliado de Cuba, que fechou em 15/12.
Cuba busca agora o bicampeonato olímpico. O time enfrenta amanhã a invicta seleção da China.

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