São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
O Real de Serra
NELSON DE SÁ
José Serra, afinal, parece ter acordado. Foi eleito senador sem nada fazer, por conta do Real. Agora o Real não basta, admite ele mesmo, no primeiro programa eleitoral. Nos comerciais, tratou de apresentar o seu próprio Real. Ou ainda, nestas eleições sob a sombra de Paulo Maluf, o seu Cingapura, o seu PAS. O PAS de Serra é o metrô. Entende-se, assim, por que o governo tucano demorou tanto para responder ao prefeito nas propostas de financiamento municipal do metrô. - Toda vez que você entra no metrô, está entrando um pouco na história de Serra. Quando secretário, conseguiu recursos para levar o metrô até Itaquera. Quando foi ministro, conseguiu dinheiro para levar o metrô até o Tucuruvi, Guaianazes. Está vendo. Se tem alguém que sabe como conseguir dinheiro para o metrô, é Serra. Daí o mote da campanha: - Acelera São Paulo. Foi tirado de Senna. O outro bordão, "desenvolvimento", foi tirado de Quércia. De Serra, em outro comercial: - O nosso plano de desenvolvimento vai investir na cidade. (Vai) melhorar os transportes, ampliando o metrô. Não, o metrô não é o Real. Mas os tucanos fantasiam com a história há tempos. Começou antes da candidatura, quando Serra posou ao lado de Covas, para anunciar verbas. Covas segue ao lado de Serra, na propaganda. Anteontem, o governo estadual lançou um comercial que só fala de São Paulo "capital": - Policiamento nos bairros diminui a criminalidade... O Estado reforçou a segurança nas áreas críticas da capital. São mais 1.200 PMs, 153 novas viaturas blablablá. Mais alguns dias e Covas vai surgir dizendo que "o Estado tem o dever de informar" que o metrô "conseguiu dinheiro". Claro, com Serra. Texto Anterior: O Real de Serra Próximo Texto: Maioria não terá orientação em 96 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |