São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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Jungmann tenta evitar novo fracasso na reforma agrária Ministro afirma que preço facilita assentamentos LUCIO VAZ
Jungmann prepara o Plano Diretor de Reforma Agrária, que prevê o assentamento de 2,5 milhões de famílias em 15 anos. O PNRA (Plano Nacional de Reforma Agrária), de Sarney, era mais ambicioso: queria assentar 7,1 milhões de trabalhadores no mesmo prazo. O plano de Sarney fracassou. O ex-presidente queria assentar 1,4 milhões de trabalhadores nos cinco anos de seu governo, ocupando 43 milhões de hectares. Assentou 115 mil famílias e desapropriou 4,7 milhões de hectares. Pelo PNRA, nos primeiros 11 anos (até 1996), o governo deveria ter assentado 4,9 milhões de sem-terra ou com pouca terra. Foram assentados 214 mil. Nos 11 anos, as desapropriações deveriam ter chegado a 95 milhões de hectares, mas ficaram em 8,1 milhões. Jungmann afirma que o momento é favorável à reforma agrária. Segundo ele, o grande latifúndio está isolado politicamente e o preço da terra nunca esteve tão baixo. "Quem investiu em terras no Norte e no Centro Oeste tinha por objetivo reserva de capital, para fugir dos efeitos da inflação. Hoje, com a estabilidade, estão se desfazendo das suas propriedades." Os números mostram que o período de maior fracasso aconteceu durante o governo Collor. Em 31 meses, foram desapropriados 19,7 mil hectares e assentadas 494 famílias (16 por mês), segundo o Incra. Em cinco anos de mandato, o governo Sarney assentou uma média de 1.917 famílias ao mês. O ex-presidente Itamar Franco assentou 36,4 mil famílias (2.146 ao mês) em 17 meses de governo. FHC assentou 62,5 mil famílias (3.476 ao mês) em 18 meses de governo. A Folha ligou para a assessoria de Sarney ao meio-dia de ontem, informando o conteúdo da reportagem. Não houve resposta até 19h. Texto Anterior: BNDES aprova recursos para SP Próximo Texto: MT reduz pagamentos à União Índice |
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