São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Briga no fim do jogo vira caso policial

Atletas se agridem nos vestiários

HUMBERTO SACCOMANDI
DO ENVIADO A ATLANTA

O jogo entre as seleções femininas de Brasil e Cuba virou caso de polícia em Atlanta.
A delegação brasileira deu queixa de agressão contra as jogadoras cubanas.
Após a vitória cubana na semifinal de quinta à noite, por 3 sets a 2, numa partida nervosa, houve um desentendimento entre as jogadoras na saída da quadra.
As duas equipes se acusam mutuamente, mas as brasileiras admitem que foi Márcia Fu quem desferiu o primeiro golpe. Houve empurra-empurra, tapas, chutes etc.
O problema maior, porém, ocorreu fora da quadra. As equipes saíram por corredores diferentes. Quando as brasileiras entravam no vestiário, voltaram a cruzar com as cubanas. Estavam do lado de fora ainda Ana Paula, Sandra e Filó.
Nesse momento, segundo Radamés Lattari Filho, chefe da delegação de vôlei feminino, a jogadora cubana Regla Torres agrediu Ana Paula pelas costas. A brasileira teria caído dentro do vestiário.
"Aí o time todo reagiu. As jogadoras saíram, mas os policiais conseguiram conter", disse Lattari.
Após o tumulto, as duas equipes se fecharam nos vestiários. Por volta de 1h15, chegaram o chefe da missão brasileira, Ary da Graça Filho, e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, que decidiram dar queixa na polícia por agressão.
Ana Paula e as arranhadas Márcia Fu e Filó fizeram exame médico. Dois fiscais do comitê organizador dos Jogos testemunharam confirmando a versão brasileira.
Nuzman contratou o advogado Taylor Boone para seguir com o caso nos EUA.
Além disso, o COB encaminhou protesto oficial à organização da Olimpíada (pela ineficiência da segurança) e à FIVB, pelo comportamento das cubanas.
A queixa policial deve resultar em multa para as cubanas.
Os protestos não devem ter repercussão prática na Olimpíada. O presidente da FIVB, o mexicano Rubén Acosta, prometeu apurar o caso e ameaçou suspender por seis meses as jogadoras responsáveis.
O técnico brasileiro, Bernardinho, culpou a FIVB pelos incidentes. Segundo ele, desde 94 as cubanas provocam ostensivamente as brasileiras sem que os juízes ou a FIVB tomem providências.
"Esse circo é armado pela FIVB, que tolera essas coisas na quadra. Que adianta dar cartão amarelo?", disse.

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