São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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"Tubarão" é invulgar

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O dia tem alguns filmes de destaque, como "Coronel Chabert" (Eurochannel, 20h30). Mas "Tubarão" (TNT, 21h) merece atenção à parte.
Hoje, o filme feito em 1975 por Spielberg pode ser confrontado a uma pilha de outros que fez em seguida. Continua um dos melhores, senão o melhor de seus trabalhos.
E por que se pode dizer isso? A história, mil vezes copiada depois, hoje soa banal: três homens dedicam-se a caçar um enorme tubarão que ataca nas praias de um balneário.
Isso é o que acontece. E isso é praticamente tudo. Ao contrário de outros trabalhos, em que o cineasta trabalha com uma intriga cerrada, aqui é possível perceber com clareza isso que se chama de "sua mão".
Isto é, pouca coisa acontece, quase nada. Apenas um clima de terror muito bem criado, capaz de deixar a platéia com o cabelo em pé, e depois o número mínimo de lances para que essa virtude não se perca.
No essencial, é no plano a plano que o filme se constrói. Uma imagem da sombra do peixe surgindo na superfície, a feroz preparação dos humanos para o embate, os diversos métodos usados para combatê-lo.
Tudo isso ajuda a fazer de "Tubarão" uma aventura exemplar e um filme sem vulgaridades. É onde começa, efetivamente, a era Spielberg do cinema americano. A era que vivemos até hoje, embora poucas vezes com tanta energia.
(IA)

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