São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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RG da moda

PATRICIA CARTA

Já é possível traçar um panorama da moda nacional. O MorumbiFashion, que reuniu 31 desfiles em salas montadas no parque Ibirapuera, acabou. Apesar de contrastes (no bom e no mau sentido) entre as marcas e de cópias repetidas à exaustão -às vezes até bem realizadas-, alguns estilistas se sobressaem ao mostrar um trabalho maduro e autoral.
A Forum, por exemplo, comercial como deve ser, é fashion na medida exata. Sua inspiração latina, de vibração autêntica, já pegou. Mas nem tudo são rosas, e interpretações inadequadas das tendências internacionais deram plantão. A Iódice, que também vende para muitos, só se dá bem no básico -acerta no jeans do avesso, em especial- e erra com tudo na estampa mondrian. Quadricula sem dó, da cabeça aos pés, homens e mulheres. Ombreiras exageradas, infelizmente, são o forte da M. Officer. Entre outras coisas, se equivoca nas proporções dos paletós femininos e masculinos. A Zapping instala mega TV como cenário e empolga básicos esportivos sessentinhas.
Mas a Zoomp, que vem desprovida de artifícios, aparece apagada, embora correta. A lição sai de Herchcovitch, que fala para poucos, mas prova que é possível ser fashion trabalhando o jeans. Elaborado, Reinaldo Lourenço impressiona pelos vestidos diáfanos, de inspiração 20. Tudo é bom e reconhecível.
Ao contrário da G, que parte da era medieval e desenvolve uma coleção austera, com os mais belos corselets e vestidos de noite, Jorge Kaufmann cai no brilho dos 70 e acerta no lurex. São bons os vestidos fluídos de cores fortes e bem misturadas da Maria Bonita, as estampas da Fit, sua marca registrada, a homenagem a Fernando de Barros, que abriu e fechou o desfile de Ricardo Almeida, e ainda a Tweed, que fez os amigos de cabide para sua moda "wearable", no mais alto-astral.

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