São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Protesto pede condenação de acusados

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma manifestação hoje às 12h em Botafogo (zona sul do Rio de Janeiro) pedirá a condenação dos acusados pelo assassinato da atriz Daniella Perez, em 28 de dezembro de 1992.
O ato público deverá contar com a participação de artistas, fãs e representantes de ONGs (organizações não-governamentais).
A manifestação marcará a inauguração de 14 outdoors espalhados pelas zonas sul, norte e central do Rio. O protesto ocorrerá em frente ao outdoor colocado na rua Muniz Barreto.
Os outdoors trarão a última fotografia de Daniella Perez, tirada na porta do estúdio Tycoon, na Barra da Tijuca (zona sul).
A foto foi batida por fãs que aguardavam a saída de artistas do estúdio, onde eram gravadas cenas da novela "De Corpo e Alma", escrita por Glória Perez, mãe de Daniella.
Naquela mesma noite, a atriz -intérprete da personagem Yasmin- foi morta a golpes de tesoura em uma rua deserta da Barra da Tijuca.
"E se fosse sua filha?"
Nos outdoors haverá um texto de duas frases: "E se fosse sua filha? Chega de impunidade!".
A instalação dos outdoors faz parte de uma campanha de mobilização da sociedade diante da proximidade do julgamento dos acusados Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.
No próximo dia 19, Pádua e a ex-mulher estarão sendo julgados no 2º Tribunal do Júri do Rio. Ele confessou o crime à polícia e à Justiça. Paula Thomaz sempre negou ter participado do assassinato.
Segundo a ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, já confirmaram presença na manifestação os atores Guilherme Karam e Eri Johnson, amigos de Daniella, e o grupo de dança Vacilou Dançou.
Também foram chamados os artistas Miguel Falabella e Carla Daniel. Até a noite de ontem eles não tinham confirmado presença, segundo Cristina Leonardo, coordenadora da ONG.
Influência
Cristina disse que os outdoors custaram R$ 7.450. A quantia teria sido paga por três pessoas engajadas na "luta contra a impunidade", afirmou ela.
Também deverão estar na manifestação representantes das entidades Mães de Acari, Mães da Cinelândia, Movimento Pela Vida, Associação das Vítimas da Violência, Casa da Paz e Núcleo Comunitário de Acari.
O advogado de Pádua, Paulo Ramalho, disse que manifestações podem influenciar os jurados. "Em qualquer país civilizado isto não aconteceria", disse ele.

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