São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Crianças pobres são 84 milhões na AL

Unicef solta divulga novo relatório

DA REPORTAGEM LOCAL

A pobreza entre as crianças na América Latina, incluindo o Brasil, aumentou drasticamente na última década, de acordo com relatório divulgado ontem pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Segundo o Unicef, mais de 84 milhões de crianças e adolescentes na América Latina vivem atualmente em condições de pobreza, enquanto aumenta a diferença entre os ricos e os pobres na região.
Relatórios recentes e detalhados sobre a pobreza revelam que os programas de ajuste econômico contribuíram de modo decisivo para um declínio nos padrões de vida nos setores mais vulneráveis da sociedade, especialmente crianças e adolescentes.
A distribuição de renda na região tornou-se mais desigual a partir de 1970, de acordo com o relatório, divulgado em preparação da 3ª Conferência Hemisférica sobre Políticas Infantil e Social, que começa na próxima quinta-feira, em Santiago (Chile).
Os 34 países da América Latina, do Caribe e da América do Norte vão discutir os programas para a pobreza infantil durante dois dias de conferência.
O relatório do Unicef nota que as crianças não são as únicas vítimas da crescente pobreza da América Latina, já que 50% da população da região vive abaixo do nível de pobreza.
O relatório ressalta que as crianças também enfrentam outros problemas sociais, incluindo trabalho infantil, abuso, violência e consumo de drogas.
Calcula-se que 120 mil crianças, muitas entre 6 e 7 anos, são empregadas como domésticas, sem receber pagamento.
Além disso, as crianças têm sofrido com a diminuição dos programas governamentais na maioria dos países. "Os programas sociais básicos, aos quais toda a criança tem direito, foram seriamente afetados na última década", de acordo com o estudo.
O relatório aponta ainda que a pobreza infantil tornou-se mais um fenômeno urbano. Durante a década de 80, o número de pobres na região aumentou e até 60 milhões de pessoas, concentradas nas cidades.
O índice de mortalidade infantil permanece em mais de 50 mortes por mil nascidos vivos no Brasil. Em Cuba, são 10 por mil.

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