São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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'Assédio' da NBA é oficializado

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A ATLANTA

A NBA (National Basketball Association) já comunicou oficialmente à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) que tem interesse em jogadoras da seleção brasileira, medalha de prata na Olimpíada, para a sua liga feminina, que começa a funcionar no ano que vem.
"Fui procurado por uma representante da NBA, que quer três ou quatro jogadoras brasileiras para jogar aqui", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Renato Brito Cunha, durante entrevista coletiva na Casa Brasil, ontem, em Atlanta.
O dirigente se recusou a revelar o nome das jogadoras. Adiantou, porém, que não poderá impedir porque a Constituição brasileira garante o direito de ir e vir da população.
Apesar disso, a transferência de jogadoras deve esbarrar em um problema delicado. A liga profissional feminina vai funcionar no período de maio a agosto, etapa que coincide com a de atividades das seleções brasileiras.
Outra questão a ser discutida, segundo Brito Cunha, é a taxa de transferência, com percentual a ser revertido para os clubes, que a CBB deverá criar.
Formato
Renato Brito Cunha revelou que a NBA feminina já tem formato e contará inicialmente com oito equipes, todas vinculadas a times da atual liga masculina. O nome pode ser diferente, mas o time vai usar toda a estrutura existente no masculino.
Também está estipulado que as jogadoras dos oito times serão enquadradas em três faixas salariais.
Sobre a conquista da medalha de prata, Brito Cunha revelou que não tinha nada acertado sobre pagamento de prêmio às jogadoras e que a CBB está sem dinheiro, pois esvaziou seu cofre na preparação das equipes masculina e feminina para os Jogos Olímpicos.
A CBB recebeu R$ 2 milhões do contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, verba que é aplicada na preparação e treinamento das suas seleções de todas as categorias.
O prêmio só será pago se a Caixa Econômica Federal, que é patrocinadora do basquete brasileiro, decidir premiar as jogadoras. Isso ocorreu em 1994, quando o time feminino se sagrou campeão mundial na Austrália e cada atleta embolsou R$ 5.000.
EUA
O governo americano, por exemplo, paga prêmio aos atletas que conquistam medalha de ouro (US$ 15 mil), e a entidade que controla a natação dos EUA ofereceu bicho aos seus nadadores.
O vôlei feminino do Brasil deve premiar suas jogadoras com R$ 5.000 pela medalha de bronze em Atlanta, mais rateio da verba integral de participação do time no "Top Six", no Japão.
Brito Cunha disse que no futuro, talvez, o Comitê Olímpico Brasileiro possa seguir o mesmo caminho dos EUA.
Quanto à possível saída da seleção de Miguel Ângelo da Luz, o presidente da CBB deve conversar com o técnico sobre a questão.
Para Brito Cunha, o técnico deve continuar no comando do time feminino.

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