São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996 |
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Truffaut deixa herança
INÁCIO ARAUJO
Mas quem for assinante do Eurochannel tem, às 22h, a chance de ver "Ladra e Sedutora", um filme atraente por vários títulos. Primeiro, foi um roteiro que o diretor Claude Miller "herdou" de François Truffaut. Segundo, porque a jovem ladra da história tem o encanto e a vivacidade que se podem esperar dos personagens de Truffaut. Terceiro, porque "Ladra e Sedutora" é a versão feminina de "Os Incompreendidos", a primeira e provavelmente insuperada obra-prima de Truffaut, realizada em 1956. Quarto: essa versão não é mecânica. Sabe trabalhar com as diferenças de sexo e de época, embora também construa uma personagem fugidia, cujos atos não se deixam compreender pelo instrumento a que mais estamos acostumados, a psicologia. Por fim, mas não por último, há Charlotte Gainsbourg. A filha de Jane Birkin mostra que não veio ao mundo para ser filha. Afirma-se com uma interpretação vigorosa e cheia de frescor. Engrossa o contingente de uma geração privilegiada de atrizes francesas e, talvez, esteja na ponta. Como nem tudo são flores, Claude Miller não é François Truffaut. Não se verá a incomparável elegância de Truffaut. Mas é como uma sombra, tratando de dar vida a algo concebido por um outro -e maior- autor. (IA) Texto Anterior: Hoje não tem coluna porque sou final 4! Próximo Texto: Loura má; Ajuda; Equipe cara; Mercado paulista Índice |
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