São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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Para Serra, falta ética ao prefeito

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, atacou ontem o prefeito Paulo Maluf (PPB). "O prefeito talvez seja a última pessoa no Brasil que possa falar em matéria de ética e moral", disse Serra.
O tucano desferiu o petardo ao responder ao prefeito, para quem o PSDB não tem autoridade para criticar a atuação da prefeitura no acidente que resultou na morte de dez pessoas que estavam em um abrigo municipal na zona leste da capital paulista.
"Se alguém não tem autoridade moral para nada no país é o Maluf, que sempre foi caracterizado como o Pinóquio paulista", disparou o candidato tucano.
Descaso
Serra foi enfático ao responsabilizar a Prefeitura de São Paulo pela tragédia. "Houve descaso da prefeitura", acha.
O candidato argumentou que a Procuradoria da Secretaria de Finanças do município advertira, em janeiro último, que as condições do abrigo eram precárias.
"A prefeitura tem enorme responsabilidade na tragédia", acrescentou o tucano.
As declarações foram feitas após visita à diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na sede da entidade.
O tucano explicou aos anfitriões seus planos de parceria com o empresariado para geração de empregos, treinamento e qualificação profissional de trabalhadores.
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, afirmou que a entidade tem a mesma preocupação manifestada pelo visitante sobre a geração de empregos.
Para ele, é impossível comparar as propostas de Serra e Luiza Erundina (PT), que anteriormente também visitara a Fiesp.
"São enfoques diversos e só se pode comparar coisas similares", declarou a jornalistas. A outros diretores da entidade e assessores, o empresário afirmou que "Volks só pode ser comparado com Volks e Mercedes com Mercedes".
Igreja
Serra confirmou que será apoiado pela Igreja Universal do Reino de Deus, conforme negociação conduzida pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta. O candidato lembrou que já tivera o aval da Universal para a eleição para o Senado em 1994.

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