São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996 |
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Maksim Venguerov volta ao Brasil
IRINEU FRANCO PERPETUO
Este siberiano de 22 anos já é velho conhecido do público brasileiro. Não apenas por seus discos, mas também pelas apresentações que fez por aqui em 94, com a Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdã. Desta vez, seu Stradivarius de 1723 será acompanhado pelo pianista Itamar Golan na sonata K 378, de Mozart, na "Sonata Primavera", de Beethoven, na sonata nº 2, de Prokofiev, e nos "Dez Prelúdios", de Chostakovitch. Venguerov falou à Folha com exclusividade de Tiberíades (Israel), onde tinha acabado de tocar com o pai, um oboísta. * Folha - Como é voltar ao Brasil? Maksim Venguerov - Muito bom. Meus pais estavam separados há sete anos e, agora, estão indo comigo para o Brasil, em uma espécie de lua-de-mel. Adorei ter tocado no parque, em São Paulo, para 4.500 pessoas. Gosto muito de tocar para gente. Folha - Como foi sua experiência no festival de Verbier (festival suíço que ocorreu na última quinzena de julho)? Venguerov - Toquei música de câmera com parceiros famosos, como Mischa Maisky (violoncelo), Stephen Isserlis (violoncelo) e Iuri Bashmet (viola). Adoro festivais de verão, porque dá tempo de fazer amigos. São raras as ocasiões em que consigo ficar mais de três dias em uma cidade. Folha - Existe uma escola russa do violino? Você se considera membro dela? Venguerov - Existe, sim, uma escola russa, e eu me orgulho de ser um de seus cônsules. É difícil dizer se sou 100% russo, porque procuro aprender com todos. Folha - Quais as principais características da escola russa? Venguerov - É a escola de David Oistrakh, que considero meu avô musical. Escute as gravações de Oistrakh, Leopold Auer, Jascha Heifetz, Polakin... Eles falam por si mesmos, com uma enorme dedicação à arte. Folha - O que você gosta de escutar? Venguerov - Escuto de tudo, inclusive a mim mesmo. Logo depois da gravação, acho que fiz o máximo; no dia seguinte, já estou achando que poderia ter tocado melhor. Além disso, escuto música pop, country, e gosto de Michael Jackson. Estou começando a gostar de música brasileira e espero achar alguma coisa para incluir no bis de meu recital. Folha - De tudo que você escuta, de onde você aprende mais? Venguerov - De tudo. Dá para aprender com interpretações boas e com interpretações más. Aprende-se muito não apenas com violinistas, mas com outros instrumentistas. E também com cantores, atores e músicos populares. Concerto: Maksim Venguerov (violino) Quando: hoje, amanhã e segunda, às 21h Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 256-0223) Quanto: de R$ 30,00 a R$ 60,00 (estudantes pagam R$ 10,00, meia hora antes dos concertos) Texto Anterior: Zizi Possi canta nova geração da MPB Próximo Texto: Programa investe em debate com humor Índice |
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