São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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Justiça paraguaia liberta Lino Oviedo

General rebelde estava preso havia 55 dias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O general da reserva Lino César Oviedo, acusado de tentar um golpe de Estado no Paraguai em abril, foi posto em liberdade. Ele estava preso sob a acusação de rebelião, mas a acusação passou a ser "tentativa de desacato" -um delito que não prevê pena de prisão.
Lino Oviedo deixou a prisão militar nos arredores de Assunção na tarde de ontem, após passar 55 dias detido.
'Democracia'
O presidente Juan Carlos Wasmosy, que se tornou adversário do militar e fez pressão por sua prisão e julgamento, disse não estar surpreso com a notícia.
"Estamos em uma democracia, e eu respeito e respeitarei as determinações da Justiça", disse o presidente.
Representantes de partidos de oposição disseram que a decisão judicial é um incentivo para que outros militares sigam a conduta do general.
Cerca de 2.000 partidários de Oviedo, que é pré-candidato à Presidência, fizeram festa em frente ao Congresso. Cinco agricultores que faziam greve de fome em solidariedade ao ex-rebelde suspenderam-na. Mais tarde, o general se juntou à festa e disse que, na prisão, teve "oportunidade de conhecer o povo mais de perto".
O advogado José Francisco Appleyard afirmou que a libertação de Oviedo é resultado das provas apresentadas à Câmara de Apelações, o tribunal de recurso que tomou a decisão, com a aprovação de dois juízes contra um.
Oviedo nega ter se rebelado contra, e seu advogado atribuiu as acusações de conspiração a uma "psicose coletiva".

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