São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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Bronze em Atlanta planeja criar 2 times no feminino

DA REPORTAGEM LOCAL

As seis jogadoras da seleção brasileira de vôlei que estão sem clube para jogar podem resolver a situação nas próximas semanas.
Insatisfeitas com a indefinição para saber onde vão atuar na próxima temporada da Superliga Nacional, Ana Moser, Ana Flávia, Virna, Fofão, Filó e Leila correm atrás de patrocinadores para criarem um ou dois novos clubes para a disputa do torneio.
"Existe um projeto que vem sendo elaborado há pelo menos quatro meses. Eu já previa que a criação do ranking feminino iria provocar essa situação", disse Ana Moser, à Folha, por telefone.
A atacante se refere à elaboração do ranking criado pela Confederação Brasileira de Vôlei, que atribuiu um máximo de sete pontos às principais jogadoras do país.
Nele, por exemplo, o Leites Nestlé não poderia ficar com Ana Moser, Ana Paula e Fernanda Venturini no time, pois, juntas, as três somariam 21 pontos. Pelo ranking, um clube só pode ter jogadoras que somem 30 pontos no total.
O clube dispensou Ana Moser, que acabou disputando a Olimpíada de Atlanta sem emprego.
Segundo ela, apesar do bronze em Atlanta, o masculino, mesmo em crise, não enfrenta tal situação porque sua estrutura é mais antiga.
"O vôlei masculino sempre foi mais profissional que o feminino. Chegou a hora de lutar por um maior profissionalismo. Não dá para disputar uma Liga Nacional com apenas dois clubes."
Preocupada com o futuro do vôlei feminino, Ana Moser arrisca dizer que, se "não for feito um trabalho de base", a sua geração vai desaparecer sem herdeiras para substituí-la.

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