São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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Nasa quer levar humanos a Marte antes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O diretor da Nasa (agência espacial dos EUA), Daniel Goldin, disse que as missões com seres humanos para Marte deverão se tornar uma necessidade da pesquisa e poderão ocorrer antes do esperado.
"Sinto que temos um grande potencial para isso, e, no final, provavelmente mandaremos pessoas."
Ele indicou que as expedições com seres humanos podem ocorrer apenas daqui a alguns anos.
"Não acredito que estamos falando de décadas aqui... talvez iremos para lá muito mais rápido do que imaginávamos."
As declarações ocorreram depois da divulgação de que cientistas da agência espacial descobriram em um meteorito vindo de Marte que caiu na Antártida indícios de uma possível vida no planeta.
Goldin não foi mais específico sobre quando as expedições com humanos ocorreriam.
Programa espacial
Recentemente, a Nasa anunciou que estava reativando o seu projeto de levar homens a Marte. Na época, a agência norte-americana disse que o homem deveria pisar em Marte entre 2015 e 2020.
Uma viagem para o planeta deve demorar pelo menos um ano na ida e um ano na volta, segundo as previsões dos cientistas.
A Nasa deve mandar dez sondas espaciais sem tripulação para Marte nos próximos nove anos, duas ainda neste ano.
Mas, segundo o diretor da Nasa, os robôs que serão enviados dificilmente poderão fazer uma análise do material sob a superfície do planeta -o que tornaria necessário o envio de humanos.
O estudo do subsolo do planeta é especialmente importante para indicar o que teria acontecido com a vida em Marte, caso ela realmente tenha existido.
Ainda assim, só a última missão, prevista para o ano 2005, deve trazer mostras de volta para a Terra.
A Nasa sempre afirmou que o envio de homens a Marte dependeria de uma estação espacial de US$ 27 bilhões que dificilmente estaria pronta antes do ano 2002. Ela seria necessária por causa dos testes de resistência dos humanos.
Antártida
Goldin prometeu apoio para a investigação científica da vida em Marte, inclusive para novas expedições à Antártida.
Everett Gibson, cientista da Nasa que estudou o meteorito vindo de Marte, disse que o próximo passo na busca pela vida no planeta pode ser uma viagem à Antártida.
Ele não citou datas, mas disse que as expedições ao Pólo Sul poderiam fornecer mais dados para o estudo científico.
"O esforço na Antártida é muito modesto, mas o seu retorno tem sido impressionante", disse.
Foram encontradas 12 amostras de rocha de Marte na Antártida, uma das quais indicou os traços de uma possível vida no planeta.
"Talvez essas pequenas equipes de campo na Antártida devam ser aumentadas, e as viagens passem a ser anuais", disse.

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