São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
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Preso acusado de liderar rede de sequestro
DANIELA FALCÃO
Pedrinho Maluco -como era conhecido- foi autuado em flagrante, sob acusação de tentar subornar policiais, quando voltava de Luziânia (GO), a 60 km de Brasília. Ele nega a tentativa. Segundo a polícia, ele havia comprado uma chácara que seria transformada em cativeiro. Pedrinho Maluco era um dos criminosos mais procurados pela polícia do Rio. É acusado de matar 20 pessoas -entre elas 10 policiais. Ele vivia em Brasília havia quatro meses com duas mulheres (uma de 14 e outra de 24 anos) e dois filhos, de 1 e 9 anos. Hospedava-se em apart-hotéis, com nome falso. Segundo a polícia de Brasília, o traficante era um "ponta-de-lança" do crime organizado do Rio, cuja missão era montar uma rede de sequestros em Brasília. A lista com o nome dos seis empresários "sequestráveis" foi encontrada no quarto do hotel em que Pedrinho estava hospedado. A polícia também achou um papel com os nomes dos empresários Paulo Octavio e Luiz Estevão -deputado distrital pelo PMDB- e com a palavra "morte" escritos com letras recortadas. O papel trazia ainda a letra C e três traços verticais escritos com sangue. Segundo o delegado titular da 1ª DP, Antônio Coelho, responsável pela prisão, a letra C e as três barras são uma alusão ao C3 (Terceiro Comando), organização que disputa o controle do tráfico de drogas no Rio de Janeiro com o Comando Vermelho. Transferência para o Rio A polícia de Brasília recebeu há 15 dias da polícia carioca a informação de que um membro do C3 estaria em Brasília acompanhado de duas mulheres. Começou então uma busca aos hotéis da cidade. A polícia localizou o traficante no hotel Garvey e começou a segui-lo 24 horas. Segundo o delegado, a identidade de Pedrinho Maluco só foi descoberta na terça-feira, quando uma foto tirada pelos policiais de Brasília foi enviada ao Rio. Durante o período em que foi vigiado, ele trocou de hotel três vezes. Só andava de táxi ou em carro alugado por tempo curto. Na próxima semana, o traficante será transferido para o Rio (leia texto ao lado). Segundo a Folha apurou, a transferência deverá ocorrer no fim-de-semana. Por questões de segurança, a data não será anunciada. No fim da tarde de ontem, o traficante foi transferido para a Papuda -presídio de segurança máxima a 40 km do Plano Piloto. Ele foi escoltado por 40 policiais. Texto Anterior: Prefeitura espera 15 mil pessoas na festa Próximo Texto: Dez policiais farão escolta Índice |
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