São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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Colombianos chegam para 'aprender'

Atletas apreciam imigração

DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores colombianos contratados para a disputa do Campeonato Brasileiro querem aproveitar sua passagem pelo país para aprender.
Pela primeira vez, quatro colombianos atuarão ao mesmo tempo no Brasil: os meias Rincón (Palmeiras) e Escobar (Atlético-MG) e os atacantes Aristizábal (São Paulo) e Usuriaga (Santos).
Desses, somente Rincón já havia passado pelo futebol brasileiro -em 94, no próprio Palmeiras, quando ficou apenas seis meses.
Tradicionalmente, os clubes brasileiros contratam atletas de outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai.
A tendência de "importar" jogadores se acentuou neste ano (leia texto nesta página).
Segundo os próprios colombianos, o convívio com o futebol brasileiro será um grande aprendizado em suas carreiras.
"O futebol brasileiro é o melhor do mundo. Viemos aprender, com muito orgulho", disse Aristizábal. Segundo ele, todos os jogadores colombianos têm o desejo de atual no Brasil.
Tradição
Usuriaga considera a oportunidade de jogar pelo Santos única em sua carreira.
"O futebol colombiano também é bonito, assim como o brasileiro, mas não tem a mesma tradição", analisa.
"A Colômbia só teve destaque de dez anos para cá, enquanto o Brasil tem uma escola de futebol com muito mais tempo."
O atacante, cujo passe pertence ao Independiente, da Argentina, acha o futebol brasileiro tecnicamente "muito melhor" que o argentino.
"Os brasileiros parecem jogar com menos responsabilidade. É gostoso de ver. Só precisam ter um pouco mais de garra, às vezes."
Para Aristizábal, o ideal seria haver um intercâmbio também no sentido oposto, com a contratação de brasileiros pelas equipes colombianas.
Atualmente, há quatro brasileiros -nenhum de renome- jogando em clubes daquele país.
Cultura
Já Rincón vê um outro proveito na vinda de colombianos para o Brasil.
"É importante que isso aconteça para a integração cultural e a amizade entre os nossos países."
Ele afirma com a experiência de quem viveu os últimos dois anos na Europa -primeiro no Parma, da Itália, e depois no Real Madrid, da Espanha.
"Viver em outros países foi muito bom para mim, tanto como jogador quanto como homem."
Futebolisticamente, Rincón acha que a mentalidade do futebol europeu é superior à do brasileiro. "Lá, o jogador é obrigado a correr em campo mais que no Brasil."

LEIA MAIS sobre o Campeonato Brasileiro à pág. 10

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