São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996 |
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Queda divide PT sobre a campanha
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO; ANTONIO CARLOS SEIDL
A candidata petista a prefeita, Luiza Erundina, defende a manutenção do estilo "light" adotado por seus estrategistas de marketing em sua campanha. O seu vice, Aloizio Mercadante, quer tornar mais agressivo o tom do discurso eleitoral do partido em São Paulo e, consequentemente, mudar o programa no horário gratuito na mídia eletrônica. Após o início da propaganda na TV, o Datafolha registrou que Erundina caiu para 24% das intenções de voto e o candidato de Maluf, Celso Pitta, subiu para 29%. "A queda é um alerta. Precisamos mudar o rumo da campanha e apresentar mais as nossas propostas", afirmou Mercadante. Ontem, antes de participar de uma discussão sobre seu programa de governo, Erundina se disse "contrária" a qualquer alteração nos rumos de sua campanha. A candidata considera que as divergências sobre a estratégia são normais em um disputa eleitoral. "Na segunda-feira (amanhã), vamos discutir o que fazer." Na frase de Mercadante está uma crítica ao tom adotado até agora pelo programa de TV, no qual a petista sempre aparece em paisagens idílicas, cheias de tons róseos. "Essa fase era de apresentação e já acabou", disse o vice. Mesmo antes da divulgação dos resultados negativos das pesquisas de intenção de voto já havia pressão da bancada de vereadores do PT para mudar a linha do programa, pouco identificada com a imagem aguerrida do partido. Também o slogan "o PT que diz sim" é criticado. "Não diz nada ao eleitor", reclama Mercadante. Segundo a pesquisa Datafolha, o programa de TV do PT não chegou a tirar votos de Erundina, mas foi ineficiente para atrair novos eleitores. A petista tem 26% entre os que já viram o horário eleitoral e 23% entre os que ainda não viram. Se a intenção do programa de TV era diminuir sua taxa de rejeição, o tiro errou longe o alvo. Antes do horário eleitoral, esse índice era de 42%. Agora está em 44% -a mais alta rejeição entre os candidatos. Futebol Quem parece estar navegando num mar de rosas é Pitta. Para falar da campanha de TV, os caciques do PPB já recorrem à futebolística expressão "em time que está ganhando não se mexe". Desde o início do horário eleitoral o candidato de Maluf ligou um turbo e sua taxa de intenção de voto saltou dez pontos percentuais. Indicativo de que o combustível dessa explosão foi a TV é o fato de Pitta atingir um patamar ainda mais elevado entre os eleitores que já assistiram à propaganda: 33%. (JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO e ANTONIO CARLOS SEIDL) Texto Anterior: Combate às fraudes economiza R$ 1,5 bi Próximo Texto: Opostos se encontram no horário político Índice |
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