São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Leda sugere 'recompensa'

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A volante Leda Maria, 30, que participou da fase de treinamento da seleção brasileira que foi a Olimpíada, acha que chegou a "hora de colher os frutos".
"Fomos as pioneiras no futebol feminino e não seria justo ficar a ver bananas", disse, por telefone, do Rio de Janeiro.
(JCA)
*
Folha - Qual é a situação de vocês, a primeira geração do futebol feminino no Brasil?
Leda Maria - Até agora é triste. A minha ainda não é das piores, porque pelo menos eu estou empregada, jogo no Vasco. Recebo pouco, mas recebo.
Folha - Com o Campeonato Paulista não vai mudar?
Leda Maria - É a nossa esperança.
Nós suamos para fortalecer um pouco que fosse o futebol feminino, fomos as pioneiras, e não seria justo ficar a ver bananas.
A idéia de dividir as mais experientes entre os times também é boa, e uma forma de empregar todas nós.
As jogadoras da seleção são pobres, a maioria não tem telefone em casa, mora no subúrbio, rala em ônibus, não é fácil.
Folha - Você acha que o futebol feminino tem futuro no Brasil?
Leda Maria - Quero achar que sim. Fomos muito bem na Olimpíada, saímos desacreditadas e acabamos em quarto.
Foi como o Meligeni (Fernando, tenista): um quarto que valeu mais do que medalha.
Pelo menos mais do que a medalha do futebol masculino, que todos criticaram.
Eu tenho impressão de que, se o futebol feminino não crescer agora, não cresce mais.

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