São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996 |
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Reebok vence a Olimpíada das múltis
HUMBERTO SACCOMANDI
Patrocinadora oficial dos Jogos-96, a empresa americana obteve 19 vitórias em provas olímpicas. Em segundo, ficou a japonesa Mizuno, que somou 13,5. A americana Speedo teve 10, e a alemã Adidas, 9. Os números foram fornecidos pelas próprias empresa. A Nike, outra grande fabricante americana, não quis divulgar seu balanço. A japonesa Asics informou que tinha apenas o número total de medalhas, 56. "Há várias formas de calcular o número. Por isso, preferimos não divulgar nenhuma", disse à Folha Keith Peters, diretor de relações públicas internacionais da Nike. Ele se refere ao método usado por cada empresa para calcular suas medalhas -eles variam, o que dificulta a comparação. Em total de medalhas, a Reebok cai para em segundo, com 53, caso a Asics confirme o número de 56. A Mizuno tem 42. A Speedo, 23. A Adidas, 10. O quadro de medalhas reflete de certo modo as características de marketing das empresas. A Speedo está presente predominantemente em três esportes ligados à água e à praia. Ela domina na natação e tem boa presença também nos saltos ornamentais e no vôlei de praia. Já a Adidas, consolidada no mercado mundial, patrocina poucos atletas individualmente, todos na elite em suas modalidades. A empresa prefere concentrar seus esforços em federações e comitês olímpicos. A Reebok tem uma presença menor no mercado mundial. Está em fase de globalização. A estratégia da empresa em Atlanta foi patrocinar muitos atletas, algumas federações selecionadas (ginástica dos EUA, por exemplo) e comitês olímpicos de mercados emergentes, como Brasil, Rússia, Irlanda e Polônia. Para se identificar com esses mercados, procurou bancar ídolos locais. Foi o caso dos brasileiros Giovane (vôlei), Aurélio Miguel (judô) e Paula (basquete). Desses, apenas Paula obteve uma medalha, de prata. A Nike, que segue uma estratégia semelhante, também seduziu ídolos locais, mesmo atletas com chances remotas de medalha, como o brasileiro Oscar (basquete). Menos agressivas, as empresas japonesas não ficaram muito atrás. Mas estão concentrando esforço na Ásia, para os Jogos de Inverno do ano 1998, em Nagano (Japão), e a Olimpíada de Sydney, em 2000. Texto Anterior: Promessas de Atlanta ficam só no papel Próximo Texto: Cada empresa valoriza sua 'matemática' Índice |
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