São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Renault Clio chega para enfrentar Gol e Corsa

MARCELO TADEU LIA
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO (SP)

O competitivo mercado de compactos ganhou mais um concorrente: o Renault Clio, fabricado na Argentina, que chega ao país atraído pela isenção do Imposto de Importação, por meio do acordo do Mercosul.
Por isso, o Clio é capaz de oferecer preços próximos aos dos concorrentes do segmento: a versão RL, de duas portas, vai custar a partir de R$ 14,5 mil. A RT, de acabamento um pouco mais sofisticado e quatro portas, R$ 18,5 mil.
O preço será, possivelmente, seu grande trunfo para enfrentar a concorrência, já que design e desempenho ficam devendo.
O veículo Renault terá que enfrentar, no Brasil, o Palio EL 1.5, Corsa 1.4 EFI, Fiesta 1.3 e Gol CLi.
O motor que equipa o Clio é o mesmo do Renault 19 RN, com 1.565 centímetros cúbicos (cc), 74 cavalos de potência e injeção monoponto (um bico injetor de gasolina para quatro cilindros) -na verdade, uma remodelação do velho motor CHT, dos antigos Ford.
Pontos negativos
O desempenho do veículo, se não chega a comprometer totalmente, está longe de ser brilhante -ser econômico é a prioridade.
Falta torque (força) para tirar o carro da inércia ou mesmo para elevar a velocidade em retomadas, quando o motor trabalha em rotações mais baixas. Em trechos íngremes, a situação fica crítica.
Segundo números da Renault, o Clio acelera de 0 a 100 km/h em 14 segundos e atinge 165 km/h.
O carro argentino passa, ainda, insegurança ao motorista em curvas mais acentuadas. Os pneus "cantam" facilmente, e o veículo se desgarra com facilidade para fora da trajetória.
O câmbio, com engates imprecisos e duros, também não ajuda a transmitir conforto.
O que melhora a dirigibilidade do Clio é a direção eletrohidráulica (item opcional). Um motor elétrico auxilia a compressão do óleo ao sistema hidráulico. Manobras mais fáceis e rápidas e menor perda de potência são as vantagens.
Porém o modelo mais simples, o RL, não possui esse dispositivo nem como opcional -aliás, o RL é despojado de vários itens, como conta-giros, vidros, retrovisores, travas com acionamento elétrico e limpador do vidro traseiro.
Pontos positivos
Acabamento interno é outro ponto positivo. Os bancos têm estampa agradável e são confortáveis. O volante da versão RT traz acoplado controles de áudio para o rádio (item de série), instalado pouco abaixo do acionamento do limpador de pára-brisa.
O Clio também é silencioso. O baixo nível de ruído interno é garantido em parte pela montagem do motor sobre um chassi auxiliar agregado à suspensão.
(MTL)

O jornalista Marcelo Tadeu Lia viajou a convite da Renault

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