São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996
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Ministro estava no carro que matou rapaz

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Odacir Klein (Transportes) estava no carro dirigido por seu filho, Fabrício José Klein, 18, que atropelou e matou o operário Elias Barbosa de Oliveira Júnior, 24, no início da noite de sábado.
Fabrício prestou depoimento ontem à tarde e foi indiciado por homicídio culposo. Após o atropelamento, ele fugiu sem prestar socorro à vítima -que morreu no local.
Por não ter prestado socorro à vítima, a pena de um a três anos de prisão pode ser aumentada em mais um terço.
O ministro Klein não será indiciado, mas continuará prestando informações à polícia.
Segundo Oliveira Barbosa da Silva, primo do operário morto no acidente, o carro invadiu o acostamento onde caminhavam. Depois da colisão, Elias foi atirado numa vala, a cerca de 15 metros do local.
Ao chegar para depor, o ministro Klein chorou. Na delegacia, disse que tentou fazer com que o filho parasse o carro para socorrer a vítima, mas não conseguiu.
Quando Fabrício parou, já perto de casa (distante cerca de 15 km do local do acidente), acabou deixando o ministro a pé, na rua. O ministro teria saído do carro para tomar a direção do carro, mas o filho fugiu para casa.
Segundo depoimento do ministro à 9ª DP (delegacia policial do Lago Norte, bairro nobre de Brasília), o filho estava a 80 km/h no momento do acidente. A via prevê velocidade máxima de 60 km/h.
Fabrício e o pai participavam de um churrasco no Clube do Congresso. Segundo assessores de Odacir Klein, foi Fabrício quem assou a carne em homenagem ao Dia dos Pais.
Na polícia, Fabrício afirmou que só tomou uma lata de cerveja. O ministro disse que não havia bebido nada alcoólico.
Após deixar o pai na rua, Fabrício deixou o carro no prédio em que reside, na 202 Norte (Asa Norte). Segundo familiares, ele foi para casa de amigos e só retornou na madrugada de domingo.
O delegado Onofre de Morais, titular da 9ª DP, disse que não tem como provar se o adolescente estaria ou não alcoolizado porque não foi feito exame no Instituto Médico Legal.
"Se fosse parado numa blitz, um bafômetro até podia acusar álcool no sangue, mas nada disso aconteceu", disse o delegado.

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