São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Férias podem mudar de época

DA REPORTAGEM LOCAL

A Cetesb quer iniciar debates junto aos órgãos de educação oficiais e particulares de São Paulo para decidir se apresenta um projeto de mudança nas férias escolares da Grande São Paulo.
A idéia é aumentar o período de férias nos meses de inverno, quando o problema da poluição é mais grave. O recesso escolar não diminuiria, apenas sofreria alterações de calendário.
Uma das possibilidades seria reduzir o período de férias de verão para compensar o eventual aumento ocorrido no inverno.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), cerca de 150 mil carros deixam de circular na cidade de São Paulo nas férias de verão e inverno. O reescalonamento das férias escolares ajudaria no combate à poluição.
Para o Sindicato dos Professores de Educação no Ensino Municipal, a medida pode ser adotada sem prejuízos pedagógicos.
"Não há entraves jurídicos para que a decisão seja tomada. Existe uma cultura já estabelecida na sociedade sobre as férias. Isso pode causar transtorno. É preciso conversar muito", diz Claudio Fonseca, 45, presidente do sindicato.
Para o presidente do Grupo -entidade que reúne escolas particulares de elite em São Paulo-, Sylvio Gomide, a medida é viável e não apresenta grandes problemas de execução "se realmente ficar provado que essa medida vai contribuir para combater a poluição".
"O ideal é que os educadores e organizadores do ano escolar sejam ouvido antes. O quanto antes se discutir e tomar decisões, mais fácil e rápido a adaptação", disse o presidente do Grupo.
Segundo Gomide, o ideal é que a Secretaria do Meio Ambiente e a Cetesb convoquem mesmo reuniões com o setor de educação.
Ele aponta alguns entraves técnicos, como o fato de os professores da rede particular terem assegurado por estatuto o recesso escolar previsto para janeiro.
O mesmo problema pode ser enfrentado pela rede estadual, que também tem férias previstas em janeiro, de acordo com o estatuto.
Elisa Toneto, presidente do movimento Pró-Educação, que reúne pais e alunos da rede pública, acha que a idéia pode dar certo.

Texto Anterior: Medo da multa faz crescer adesão
Próximo Texto: Sob protesto, Fiesp respeita o rodízio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.