São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996
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Diretores da Fiesp respeitam rodízio sob protesto

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da posição pública da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) contrária ao rodízio de veículos, seus diretores cumprem a lei e encontram meios alternativos de locomoção nos dias em que seus veículos não podem circular.
A Folha ouviu ontem alguns diretores da federação, que se disseram cumpridores da lei, apesar das ressalvas quanto à sua eficiência.
"Somos contrários à medida, mas estamos colaborando e obedecendo", afirma o diretor de meio ambiente da Fiesp, Vlademir Sperandeo, 57.
Sperandeo critica a exceção feita aos caminhões, que podem circular livremente. "O rodízio deveria ter sido feito aliado a um programa de inspeção veicular, que inibiria a emissão de material particulado pelos motores a diesel, que ficaram de fora do rodízio", afirma.
O empresário usou sua moto para se locomover pela cidade na última sexta-feira, quando não pôde circular com seu carro. "Fui de moto da minha casa, no Ibirapuera, até a Fiesp, na avenida Paulista, e depois para a minha empresa, no Paraíso", disse.
Para o diretor do departamento jurídico, Luiz Rodovil Rossi, 66, o problema foi resolvido trocando uma das placas de seus dois carros, que tinham final 0, para final 2. "Para quem tem dois carros não há rodízio", diz. Para ele, a medida é discriminatória. "Os caminhões não deveriam ter ficado de fora."
Mudança de horários
Nas duas últimas segundas-feiras, o diretor do departamento financeiro, Daniel Sahagoff, 57, saiu de casa antes das 6h e voltou após as 20h, para fugir do horário de vigência do rodízio.
"Moro em Alphaville (condomínio fechado na Grande SP), e não há condução de lá para São Paulo", alega Sahagoff.
O diretor do departamento de tecnologia, Salvador Perrotti, 59, preferiu evitar o rodízio de maneira mais agradável. "Não poderia circular na sexta-feira, então viajei na quinta-feira à noite para o Guarujá", disse.
A carona foi a solução encontrada pelo diretor do departamento de economia, Feres Abujamra, 65. "Infelizmente, os quatro carros da família têm o mesmo final de placa", disse.

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