São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996 |
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Baravelli resgata as telas de sua 'fazenda' na "Série Branca"
CEM
Em suas telas com fundo branco, o artista mostra ao público alguns flashes da sua estupenda coleção de insights, que ele registra em volumosos cadernos pardos, juntamente a frases que lhe interessaram e desenhos de que gostou. Baravelli, que trabalhou com telas no início da carreira e depois partiu para relevos, volta agora para as superfícies retangulares. Não se trata de uma regressão. Ao contrário dos artistas com um percurso linear, como Mondrian, que partiu de estudos acadêmicos para atingir gradualmente a abstração dos quadrados, Baravelli anda dentro do território circular de sua "fazenda". Se os modernistas destruíram violentamente a hegemonia do padrão figurativo, Baravelli se sente como alguém que chega nesse ambiente devastado e ocupa lentamente seu espaço. As técnicas do pintor são as mais variadas possíveis: desde lápis, tinta, recortes e fotografias até papéis transparentes e craiom. Se inspira no cenário de seu estúdio ("a parte de dentro da cabeça do artista") e no corpo das modelos, muitas vezes amadoras. O branco nas telas do artista é como o do tapete de Bayeux, tecido na Idade Média pela mulher de um cavalheiro, que descrevia nele os acontecimentos históricos, sempre tendo ao fundo o branco. A ausência de cor assume o papel dos mais diversos cenários. Baravelli é uma pessoa muito organizada. Tanto que aos poucos tece o seu próprio tapete de Bayeux. O artista vem fazendo um fichamento de toda a sua produção, dividida por anos. Exposição: Luiz Paulo Baravelli - Série Branca Quando: hoje, às 21h; seg a sexta, das 10h às 19h; sáb, das 10h às 14h. Até 3 de setembro Onde: Galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 853-2123) Texto Anterior: Mac recebe as novas mitologias urbanas Próximo Texto: Planet Hemp toca inéditas em SP Índice |
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