São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996 |
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Nakazawa chega com TV de alta definição
LUCAS BAMBOZZI
Há poucos anos a chamada TV de alta definição prometeu muito como alternativa para a produção de filmes mais baratos. Um caso bem sucedido nesse processo pode ser descrito pela trajetória de Hideo Nakazawa, diretor de programas da HDTV Division, setor da rede de televisão japonesa NHK, onde as primeiras pesquisas com TV de alta definição se iniciaram há 20 anos. Lá a questão da definição deixou de ser motivo de discussões em torno da utilização dos meios eletrônicos no processo fílmico, e atinge cerca de 200 mil lares. Hideo Nakazawa apresentou seu trabalho recém-finalizado, "We Love Lucy", no Siggraph 96, em New Orleans, e conversou com a reportagem da Folha a respeito de sua participação no 7º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. Nakazawa diz não se interessar muito pelo formato de longa-metragem, por procurar uma linguagem que em muito se assemelha aos velhos filmes mudos dos anos 20, onde a imagem é condutora de toda a narrativa. Embora algumas características de seus filmes o aproximem do experimentalismo presente em grande parte da produção internacional de curtas-metragens, exibida em festivais como o de São Paulo, Hideo não se sente muito à vontade com essa classificação. "Meus trabalhos são experimentais, mas não me interesso por filmes experimentais", revela Nakazawa. Sua ligação com o cinema é ocasional e advém da televisão: "Uma vez pediram para exibir meu trabalho "The Screw and The Wall" (1994) na Índia, e não havia como enviar equipamentos de HDTV. Então fizeram uma transferência para 35 mm e exibiram como se fosse filme. Daí em diante passei a ser convidado para festivais de cinema e ganhei vários prêmios". As circunstâncias de sua desenvoltura no âmbito da indústria cinematográfica não o seduzem. Vem preferindo pequenas equipes nos sets de gravação em detrimento das grandes produções, e valoriza muito o que a NHK oferece por meio de sua estrutura e de seus engenheiros -oportunidades invejáveis para suas criações. Texto Anterior: Destaques do festival Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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