São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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Variedade tolera bem doenças e pragas da cultura

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O desenvolvimento do milho saracura em solo de várzea úmida ou em terrenos alagadiços se deve em grande parte ao tipo de raiz da planta, segundo a Embrapa.
As raízes do saracura têm mais espaços aéreos (poros ou aerenques) que o milho tradicional.
Isso permite à planta respirar, mesmo sob condições de estresse hídrico intenso, evitando assim o apodrecimento da raiz e o acamamento.
Essa característica faz com que o saracura seja também uma solução de cultura para o produtor ribeirinho, que planta em várzea de rio ou de lagos.
"Normalmente, esse produtor fica com a terra ociosa no período de chuvas, pois não quer correr o risco de perder toda a produção numa enchente", diz o pesquisador Elto Eugênio Gomes e Gama.
Ao procurar uma planta que se desenvolvesse em solo de várzea, os pesquisadores do CNPMS acabaram descobrindo uma variedade resistente também às principais pragas e doenças do milho tradicional.
O saracura é tolerante à lagarta-de-cartucho e das folhas e às doenças transmitidas por pulgões, fungos e cigarrinhas-do-milho. Segundo Gama, nos custos de produção isso representa uma boa economia.
"Quando o ataque dessas pragas e doenças ocorre em menor intensidade, o saracura tolera bem e não sofre estragos que comprometam a produção", afirma Gama.
Ele diz que nos casos de ataques intensos, o produtor soluciona o problema com a aplicação do defensivo adequado ao tipo de praga ou doença que está afetando a lavoura.
A adubação do solo para o saracura é igual à do milho comum.
A composição do fertilizante a ser aplicado, contudo, deve seguir recomendação da análise do solo, a fim de garantir o desenvolvimento adequado da variedade.

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