São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Revolução no café
LOURENÇO DEL GUERRA Faz um bom tempo que a média de produtividade da cafeicultura nacional está entre dez e 13 sacas por hectare.Uns poucos e bons agricultores, entretanto, já vinham obtendo cerca de 30 sacas/ha. Agora, a incorporação de tecnologia atualizada e de técnicas modernas de plantio e cultivo permitiu chegar à marca de 80 sacas/ha nos cerrados e nas novas fronteiras da Bahia, por exemplo. Uma revolução na cafeicultura? Sim, embora circunscrita ainda a algumas ilhas de excelência, tanto que, por enquanto, não conseguiu elevar a média nacional. Mas o significativo avanço alcançado por alguns terá de ser acompanhado pelos outros. O processo, em suma, é irreversível. E foi, curiosamente, deflagrado por pessoas com pouca ou nenhuma experiência de campo, como empresários da cidade que resolveram fazer investimentos vultosos na agricultura. Operando nessa escala, ou se tem a melhor tecnologia disponível ou o resultado não é compensador. Eles estavam cientes disso e optaram por implantar o que havia de mais moderno e eficiente. Atacaram a agricultura com mentalidade empresarial, arcando com um custo inicial elevado na expectativa de maximizar os resultados. Os cafeicultores tradicionais torceram o nariz, apostando na decepção daqueles pretensiosos que, a cada instante, deixavam perceber seu desconhecimento da rubiácea em particular e da agricultura em geral. A crônica do fracasso anunciado não levou em conta um pequeno detalhe. Produtividade é hoje a palavra-chave, e não mais produção. Pouco importa atualmente quantas sacas se produz, o que conta é o número de sacas produzidas por área, o retorno por quantidade de trabalho e de investimento, enfim. Então, os fazendeiros do asfalto ensinaram uma lição aos homens da terra. A revolução na cafeicultura, portanto, está em marcha e implica um novo enfoque para tudo. Essa revolução inclui os aspectos agronômicos, o uso intensivo de mecanização e irrigação e os métodos de obtenção de qualidade no produto final. Texto Anterior: Frigoríficos devem embalar a carne Próximo Texto: Produtores podem testar o novo milho da Embrapa Índice |
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