São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Duas eleições
NELSON DE SÁ
Uma, pesada de agressões de todas as partes, é aquela que se ouve no rádio. A outra, que também traz candidatos se batendo, mas amigavelmente, é a de televisão. Quem explica é Nelson Biondi, que divide com Duda Mendonça a publicidade de Celso Pitta e é visto, desde as primeiras campanhas malufistas, como mago das pesquisas. O impacto da campanha "negativa" é muito maior na televisão. Maior a ponto de agir contra quem faz a propaganda. A imagem ataca, tanto quanto o oponente, o próprio telespectador. No rádio, pode-se dizer mais sem ofender o ouvinte, pois os elementos em ação, ligados à voz, à música, não atingem tanto os sentidos. É o que ajuda a explicar a mudança de estratégia de José Serra, ontem, contendo os ataques a Pitta/Maluf na TV, mas mantendo, no rádio. Assim, do próprio: - ... A educação municipal está cada vez pior... E o pior é que a atual prefeitura não cumpre a lei... Na televisão, o tucano era outro, ao lado de FHC. Mas a novidade, no rádio, foi Pitta. Ele surgiu de própria voz, atacando Serra: - ... Por morar há tanto tempo fora de São Paulo, não tem conhecimento do que se passa na cidade... Ainda tem a coragem de dizer que ajudou o Cingapura... - ... escolha um candidato que diga a verdade... Quanto à promessa de Celso Pitta, outra vez ontem na televisão, de não reagir, responder aos ataques tucanos, é verdade que só vale na televisão. Colorido A questão racial provinha oculta na campanha. Pois Duda Mendonça ontem escancarou. A mão negra do novo comercial de Celso Pitta (ver reprodução) é a ação de maior risco da campanha. Esgarça ao limite o que as pesquisas, segundo o próprio publicitário, indicavam de ausência de preconceito de cor no eleitorado. Agora é que vai se provar a sinceridade dos pesquisados. Texto Anterior: Rossi culpa PPB por desemprego Próximo Texto: Empresárias do PT atacam campanha Índice |
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