São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Delegado é arma da defesa de Pádua
SERGIO TORRES
Pádua e Paula serão julgados no próximo dia 28. A atriz foi morta em 28 de dezembro de 1992. Fontes Filho presidiu o inquérito da 16ª DP (Delegacia de Polícia), que investigou o assassinato de Daniella, que ocorreu na Barra da Tijuca (zona sul do Rio). No relatório final do inquérito, ele aponta Pádua como autor e Paula como co-autora do crime. Fontes Filho é testemunha relacionada pelo advogado de Pádua, Paulo Ramalho. Seu depoimento é considerado por Ramalho o mais importante da defesa. No depoimento que prestará diante dos sete jurados do 2º Tribunal do Júri no julgamento do dia 28, o delegado dirá que ouviu Pádua ligar para Paula a fim de avisá-la para se manter em silêncio. O delegado teria se aproximado para escutar a fala de Pádua, que acabara de confessar sua participação no assassinato de Daniella. "No telefonema, Guilherme disse para ela ficar calada porque ele já tinha segurado tudo." O advogado Carlos Eduardo Machado, defensor de Paula, disse à Folha que a versão do telefonema é incoerente com as informações anteriores da própria polícia. "Não acredito que um fato importante como esse só apareça tanto tempo depois", afirmou. Como Pádua confessou o crime, e contra Paula só havia o reconhecimento de uma testemunha e uma suposta confissão informal a policiais, o delegado disse ter decidido apontá-lo como autor. Ao longos dos últimos três anos, Pádua mudou sua versão, transferindo para Paula a autoria dos golpes fatais que mataram Daniella. Com a mudança, o delegado disse que formou outra convicção. "Tenho certeza de que a Paula executou os golpes." A defesa de Paula, por sua vez, vai atacar a credibilidade dos policiais que investigaram o caso. Pelo menos três investigadores do caso estão sendo processados, sob acusação de corrupção passiva ou enriquecimento ilícito. O delegado Fontes Filho é um dos alvos. Ele responde a processo sob acusação de corrupção passiva. Seu nome consta de lista de policiais acusados de receberem propinas de bicheiros. "Ou a lista é falsa ou alguém recebeu dinheiro dizendo que era para mim", disse o delegado. Texto Anterior: Perseguição deixa 3 mortos e 3 feridos Próximo Texto: Insegurança leva mães a criar 'código' Índice |
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