São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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"Ela voltou para ser amada", diz

OTAVIO DIAS
DO ENVIADO A SALVADOR

"Tieta do Agreste" custou cerca de US$ 5 milhões, demorou dez semanas para ser filmado, cerca de seis meses para ser montado e exigiu nove semanas de finalização em Nova York.
Na noite de segunda, o diretor Cacá Diegues chegou "exausto" a Salvador para os últimos preparativos antes da pré-estréia nacional do filme.
"Sempre quis filmar Jorge Amado. Ele revela aspectos da alma brasileira com os quais me identifico muito. De certa forma, 'Bye Bye Brasil' e 'Xica da Silva' são filmes 'amadianos'", disse Diegues à Folha.
"Ao fazer 'Tieta', me agarrei em duas coisas", conta. "Em primeiro lugar, na convicção de que o cinema pode ser mais nobre e inspirado do que esses filmes terminais que estão por aí, que não levam a lugar nenhum", continua.
"Em segundo, na vontade de descobrir aspectos desse território humano, geográfico, espiritual, cultural chamado Brasil."
Diegues também quer que "Tieta" traga Sonia Braga de volta ao Brasil. "Ela voltou para ser amada, é o slogan do filme", diz.
Em relação ao cinema brasileiro, Cacá Diegues faz questão de chamar a atenção para a decadência na infra-estrutura, fruto da paralisação ocorrida nos últimos anos.
"No final dos anos 70, cineastas de toda a América Latina vinham terminar os filmes aqui. Hoje, nós temos de finalizá-los lá."
"Como é possível mixar um filme falado em português com técnicos que não entendem nossa língua, não sabem nada do Brasil?", pergunta.
(OD)

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