São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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Evento abre entre martelos e professores

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda com estridentes ruídos de serras, ferros e martelos, foi aberta ontem, pontualmente às 10h, a 14ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
O evento, que recebe até o dia 16 -na Expo Center, na zona norte de São Paulo- os profissionais do mercado de livros (a feira será aberta ao público a partir do próximo sábado), teve como primeira visitante, no pavilhão vermelho, uma escritora.
Autora de livros infantis, Eico Suzuki, "mais de 50 anos", entrou no lugar -ainda com muitos operários trabalhando- às 10h05.
Eico procurava a Editora do Autor, que promoveria o lançamento de seu mais novo trabalho: "Tudo o que eu espero dessa Bienal é gente. Muita gente. Mas acho que a mudança para a zona norte não foi muito boa. Para pessoas que não têm carro, como eu, o Ibirapuera era melhor", diz.
Misturada a marceneiros e seguranças, Eico Suzuki fez parte de um pequeno grupo de visitantes que a Bienal recebeu em sua primeira hora.
Enquanto expositores cuidavam da organização de seus espaços (escolhendo e arrumando os títulos em suas estantes), vários professores chegavam à feira, como Valeria Umagai.
Segundo ela, "o que há de mais interessante nos primeiros dias de exposição é a calma", o que facilita o trabalho de um profissional que seleciona títulos para seus alunos.
O azul, apelidado pelas próprias editoras como "o lugar das grandes", uma referência aos expositores de maior força, parecia já pronto para receber o público.
"Apesar de sermos uma editora pequena, acho uma vantagem estarmos entre as maiores", fala Cleo Chaikovski, da editora Papirus, acrescentando que a Expo Center não tem o charme do Ibirapuera.
No setor vermelho, um dos destaques é o estande do movimento Hare Krishna, que traz em sua decoração um portal de madeira do século 16.
"A nossa intenção aqui não é vender livros, mas fazer com que as pessoas se aproximem e conheçam a filosofia oriental", diz Horácio Takano, 31, um dos responsáveis pela decoração.
Por coincidência ou ironia, o lugar reservado aos Hare Krishnas é ao lado da editora Ave Maria, com lançamentos cristãos, quase em frente ao estande de Israel e muito próximo ao do movimento Seicho-no-ie, que às 11h promovia uma oração no espaço.
(MR)

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