São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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Itália dá sinal de vida

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Há uma série de filmes exibidos recentemente que merecem ser levados em conta, sem dúvida, mas dois filmes perfeitamente opostos chamam a atenção de maneira particular.
O primeiro é "Caro Diário" (Eurochannel, 22h), de Nanni Moretti, um dos melhores filmes dos anos 90. Nos três episódios do filme há humor, captação ao vivo, observação do cotidiano, elaboração do observado. E há, no terceiro episódio, a descoberta e cura de um câncer.
O outro é "Love Story" (USA, 14h), outro caso de câncer. Fenômeno dos anos 70, o que se narra aqui é uma história de amor interrompida pela doença. Fez chorar multidões.
"Caro Diário" exemplifica as mudanças da tradição neo-realista, quando seus princípios são usados para a inovação: até o câncer vira motivo de descoberta, num filme feito mesmo como um diário, que leva às últimas consequências a hipótese narrativa contida nesse gênero tão tradicional.
"Love Story" exemplifica o cinema como chantagem: a doença é usada para forçar a adesão do espectador, pelo choro, pela solidariedade, até pela identificação.
Mas, em hipótese alguma, o leva a conhecer algo mais sobre o homem, sobre si mesmo ou sobre a doença.
(IA)

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