São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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Tchetchenos e russos aceitam cessar-fogo

Ofensiva matou 221 soldados

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Russos e tchetchenos concordaram em iniciar um novo cessar-fogo ao meio-dia de hoje (5h em Brasília). A atual ofensiva tchetchena, a maior em mais de um ano, já dura oito dias e causou a morte de 221 soldados russos.
O acordo foi anunciado pela emissora de TV russa RTR, citando o porta-voz dos separatistas muçulmanos da Tchetchênia, Movladi Udugov.
O acordo, segundo a TV russa, prevê também a criação de corredores humanitários para apoio às populações civis. Os combates dos últimos dias atingiram principalmente Grozni, a capital da Tchetchênia (sul da Rússia). Vários prédios governamentais estão em mãos dos rebeldes.
Ontem, cerca de 12 mil refugiados estavam concentrados no subúrbio de Staraia Sunja, esperando que as tropas russas permitissem que eles deixassem a região de Grozni.
A maioria dos refugiados chegou ao subúrbio a pé ou em caminhões com bandeiras brancas. O hospital de Staraia Sunja tinha 80 feridos graves. A escola local foi transformada em enfermaria.
Não ficou claro se o cessar-fogo seria permanente ou serviria apenas para a retirada dos civis. O acordo foi alcançado na noite de ontem pelo comandante interino russo na região, Konstantin Pulikovski, e pelo comandante tchetcheno, Aslan Maskhadov, no vilarejo de Novi Atagui (25 km ao sul de Grozni).
Os combates na capital continuaram ontem. A agência "Interfax" disse que as tropas russas mataram três atiradores tchetchenos, inclusive uma mulher.
Um porta-voz militar russo disse que os rebeldes, agora praticamente cercados no centro da cidade, "apresentam uma férrea resistência". Franco-atiradores rebeldes agiram durante toda a noite e evitaram que os russos se aproximassem mais do centro.
No sul da região, 20 soldados russos foram mortos e 37 ficaram feridos em uma emboscada.
O general Alexander Lebed, representante do presidente Boris Ieltsin para a região, tentava desde domingo uma trégua para poder negociar com os rebeldes.
"Este é o maior desafio da carreira de Lebed. É um trabalho infernal", comentou Pavel Felgengauer, articulista de temas militares do jornal "Sevodnia".

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