São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Advogado vai testemunhar contra Paula

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O testemunho do advogado Hugo da Silveira, 63, será peça fundamental da acusação contra Paula Thomaz no julgamento do dia 28.
Com base no depoimento de Silveira, a polícia acusou Paula de ser co-autora da morte da atriz Daniella Perez, em 28 de dezembro de 1992. Silveira diz que viu Paula no local do crime minutos antes de o corpo da atriz ser encontrado.
Paula era mulher do ator Guilherme de Pádua, colega de Daniella na novela "De Corpo e Alma", da mãe da atriz, Glória Perez.
Pádua confessou o crime. Paula nega. Eles serão julgados dia 28, no Rio. Daniella morreu próximo ao condomínio da filha de Silveira. Ele diz que, ao chegar ao condomínio, viu dois carros parados.
Para ver o que acontecia, Silveira diz ter passado novamente no local, quando teria visto Paula.
Em entrevista à Folha por telefone, de Porto Seguro (BA), onde mora, Silveira reafirmou que Paula esteve no local do crime.
Folha - No julgamento o senhor vai acrescentar ou suprimir algo em relação aos depoimentos anteriores à polícia e à Justiça?
Hugo da Silveira - Não tenho nada a mudar nem a acrescentar.
Folha - O senhor não acha que poderia lembrar de algo a mais?
Silveira - Realmente não tenho nada mais a dizer. Tudo já foi dito.
Folha - A defesa de Paula Thomaz argumenta que o senhor mudou sua versão entre os dois depoimentos prestados à polícia.
Silveira - O primeiro depoimento foi na mesma noite do crime. A polícia estava mais interessada em desvendar o crime do que em detalhes. Falei apenas que tinha visto um casal no carro. Ao que me lembro, não os descrevi.
*
Folha - E o segundo depoimento?
Silveira - A segunda vez foi dias depois. Tinha visto a foto da Paula e concluí que ela era a mulher que estava no carro com um homem.
Folha - É possível identificá-lo?
Silveira - Ele estava no volante. Vi Paula e um homem, mas não vi o rosto. Nunca identifiquei o Guilherme.
Folha - Segundo a defesa, o local era escuro e não havia como enxergar a fisionomia de Paula.
Silveira - O farol do carro iluminou o lado do carro em que ela estava. Pude ver que a mulher tinha rosto redondo.
Folha - Não poderia ser Daniella?
Silveira - No início, pensei que fosse. Não conhecia a Daniella porque não vejo novela. No dia seguinte ao crime vi Daniella na TV. Não era a mesma mulher do carro.
Folha - Como o senhor chegou à conclusão de que era a Paula?
Silveira - Dias depois vi em um jornal a foto do casamento do Guilherme e da Paula. Reconheci-a como a mulher de rosto redondo que estava no carro.

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