São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Soldados turcos matam grego no leste de Chipre

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Soldados cipriotas de origem turca mataram ontem a tiros um jovem civil cipriota de origem grega na área que divide as duas partes da ilha do Mediterrâneo.
Solomos Solomu participava de uma manifestação contra a presença turca na ilha, dividida desde 1974. Ele foi atingido por um tiro na cabeça quando subiu em um mastro para tentar arrancar uma bandeira turca.
A manifestação aconteceu logo após o funeral de um outro greco-cipriota, que morreu durante distúrbios no domingo.
Os manifestantes, centenas, estavam em uma zona de segurança controlada pelas forças da ONU na chamada "linha verde" que divide o nordeste (de etnia turca) do sudoeste (de etnia grega) do país.
Dois soldados britânicos da ONU ficaram feridos no incidente, que aconteceu na cidade de Dherynia, no leste da ilha. Dois outros greco-cipriotas também foram feridos a bala -inclusive uma mulher de 59 anos, que está em estado grave.
A ONU condenou a reação turca à manifestação. O general finlandês Ahti Vartiainen, comandante das forças de paz, foi à parte turca pedir explicações ao chefe militar daquela área, Hassan Kundacki.
Segundo testemunhas, nem a polícia grega, que não pode entrar na zona de transição, nem os soldados da ONU conseguiram conter a multidão. A onda de manifestações é uma das mais violentas desde 1974.
O primeiro-ministro grego, Costas Simitis, disse que "esta nova ação criminosa é um ato de provocação inédita". Comunicado do gabinete disse que o premiê vai a Chipre para o funeral de Solomu.
O premiê turco, Necmettin Erbakan, disse lamentar a violência no país, que atribuiu "à instigação e provocação greco-cipriotas".

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