São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No que os legistas discordam

A posição dos corpos
A posição da arma
A movimentação dos corpos
O horário da morte de PC Farias
A marca do tiro no corpo de PC
A utilização da computação gráfica

George Sanguinetti
- Seria impossível dar um disparo e acertar PC Farias da maneira como ele estava deitado na cama. A posição na qual Suzana poderia ter dado o disparo segundo o laudo de Badan, de cima da cama, é pouco provável já que ela estava alcoolizada
- A arma não poderia ter sido jogada para 20cm de distância de Suzana Marcolino após seu suicídio. Além disso, a ausência de impressões digitais na arma -que ela teria segurado com as duas mãos- oculta o verdadeiro autor do disparo
- PC seria muito pesado para se mover após ser atingido pelo disparo de uma arma. Portanto, alguém teria movido o corpo de PC. Além disso, admitindo que tivesse se movido, o faria no sentido horário
- O empresário não teria morrido entre 7h e 5h, mas antes das 2h30, conforme declarações da legista baiana Maria Tereza Pacheco, que analisou as vísceras de PC e Suzana
- Seria impossível não haver sangramento no local onde PC Farias recebeu o tiro. Como a marca não continha sangue, alguém teria limpado ou lavado o corpo
- Palhares teria tentado "adaptar ao máximo" a trajetória das balas à sua versão da morte do casal, mostrando isso com desenhos produzidos por computação gráfica. A posição dos corpos não combina com as trajetórias traçadas no laudo

Badan Palhares
- PC Farias não estava naquela posição quando morreu, mas teria se movido após o disparo no sentido anti-horário. Seria impossível saber o local exato de onde partiu o disparo
- A arma foi lançada para longe das mãos de Suzana devido ao "coice" que produz no momento do disparo. É possível que não haja impressões digitais na arma devido ao material do qual é feito o cabo
- PC Farias teria se movido no sentido anti-horário na cama após o disparo. Ele estaria deitado de lado e caiu de costas após receber o tiro.
- A digestão de PC Farias foi retardada pela bebida, por isso foram encontrados alimentos em suas vísceras. Além disso, a temperatura do corpo também indicou o horário que consta do laudo
- A ausência de sangramento se explica pela movimentação do corpo após o tiro e pela trajetória da bala, próxima da pele e de tecido gorduroso
- As projeções feitas em computador respeitaram as marcas que a bala que matou Suzana Marcolino deixou na cama, na parede do quarto e no quarto ao lado. Essa projeção combina com o trajeto da bala no corpo de Suzana Marcolino

Texto Anterior: Jornal de PC ignora morte do empresário
Próximo Texto: Carlos Heitor Cony recebe o Jabuti da Câmara do Livro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.