São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Reage SP recebe apoio da Fiesp e do interior

BETINA BERNARDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades como a Fiesp, Ubes, Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis e Reage Ribeirão já ofereceram apoio ao movimento Reage São Paulo, idealizado por parentes de vítimas da violência em São Paulo.
"Não quero que São Paulo fique conhecida internacionalmente como uma cidade que não reage à violência", disse Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (leia texto abaixo).
A entidade estenderá uma faixa branca em sua sede amanhã, dia do lançamento do movimento Reage São Paulo.
O movimento tem por objetivo pedir paz para a cidade. Os organizadores pedem que as pessoas se vistam de branco e utilizem fitas brancas nos carros.
"Vamos fazer uma campanha constante. O primeiro passo é essa mobilização", disse Adriana Miori, 20, uma das idealizadoras.
Adriana era amiga de Adriana Ciola, 23, morta em assalto a um bar na zona sul de São Paulo no último sábado.
Após a missa de 7º Dia de Ciola, marcada para as 14h30 de amanhã, os participantes vão se concentrar na porta da igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Jardim Paulistano, zona oeste) e, em silêncio, pedir pela paz na cidade.
O nome Reage São Paulo foi tomado emprestado do movimento Reage Ribeirão, de protesto contra a violência em Ribeirão Preto (319 km a norte de SP).
"Soube desse movimento e achamos interessante a idéia. Gostaria que um dia ele se tornasse um Reage Brasil", disse Albertina Café e Alves, 48, tia de Ciola e organizadora do protesto em São Paulo.
O Reage Ribeirão dará apoio logístico e ajudará a estruturar o Reage SP (leia texto nesta página).
"Acho a iniciativa muito interessante, mas é preciso haver participação de toda a sociedade", disse o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, um dos organizadores da passeata Reage Rio, realizado no ano passado.
"Se não houver cuidado, corre-se o risco de a questão da violência ficar restrita ao âmbito da repressão e virar um pedido de vingança, esquecendo-se de combater suas causas", alertou.
A Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) pretende participar do lançamento do Reage SP e ajudar a divulgar a campanha nas escolas.
A Associação Evangélica Brasileira/SP também se ofereceu para a divulgação entre estudantes.
"É importante mobilizar as pessoas e alertar as autoridades para o problema da segurança. Vamos contribuir na divulgação da campanha e melhorar a imagem da cidade", disse Roberto Maksoud, 41, presidente em SP da Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis.

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